Jogador do Bragantino: como é protocolo que confirma morte encefálica?

O Hospital Municipal Walder Tebaldi, onde o jogador do Bragantino Pedro Severino, de 19 anos, foi internado após sofrer um grave acidente de carro na madrugada de terça-feira (4/3), interrompeu os procedimentos para a confirmação de morte encefálica do jogador.

O atleta, que atua nas categorias de base do Bragantino, sofreu traumatismo craniano em uma batida contra um caminhão quando se dirigia ao centro de treinamento do clube, em Atibaia (SP).

A interrupção ocorreu na tarde de quarta-feira (5/3), após a constatação de um reflexo de tosse. “Por isso, o jovem seguirá com sedação e ventilação mecânica, uso de noradrenalina e antibióticos otimizados para evitar infecções. Caso não apresente mais nenhum reflexo, o protocolo será reaberto. A equipe do Hospital Municipal está comprometida em oferecer respaldo e acolhimento aos familiares, para que todos acompanhem de perto todo atendimento prestado ao jovem”, informou a instituição.


Entenda o caso de jogador do Bragantino

  • O jogador da base do Massa Bruta, Pedro Severino, sofreu traumatismo craniano em um acidente entre carro e caminhão, a caminho do CT, na terça-feira (4/3).
  • Pedro Castro, de 18 anos, também jogador do clube, estava no veículo, mas teve ferimentos leves.
  • Na tarde de terça, o hospital iniciou os procedimentos para confirmar a morte encefálica do atleta.
  • Na quarta-feira (5/3), foi registrado um quadro de tosse, e o procedimento foi interrompido.
  • Na manhã desta quinta-feira (6/3), Severino foi transferido para um hospital em Ribeirão Preto.

O que é uma morte encefálica?

De acordo com o Ministério da Saúde, a morte encefálica ocorre quando há perda total e irreversível das funções do cérebro, incluindo o tronco encefálico. Isso significa que, embora o coração ainda possa bater, a pessoa não respira sem aparelhos e o órgão deve parar em pouco tempo.

O neurocirurgião Bruno Burjaili, do Hospital Sírio Libanês, esclarece que a morte encefálica não deve ser confundida com o coma, quando ainda há possibilidade de recuperação.

“No coma, o sistema nervoso está afetado mas ainda funciona, o que pode dar uma chance de recuperação. Na morte encefálica, no entanto, o cérebro não trabalha mais e não há nenhuma possibilidade de recuperação”, explica.

2 imagens

1 de 2

O atacante Pedro Severino sofreu um acidente de trânsito na terça-feira (3/3).

Reprodução

2 de 2

Reprodução

Procedimento para confirmar uma morte encefálica

A confirmação de morte encefálica exige a realização de testes rigorosos e a participação de mais de um médico. Mesmo quando o quadro clínico é praticamente irreversível, os testes devem ser realizados para eliminar qualquer dúvida.

Caso algum teste falhe, ele é repetido. Mas Burjaili esclarece que isso não significa que a morte encefálica não acontecerá, apenas que o protocolo precisa ser seguido novamente.

Um dos pontos avaliados durante o protocolo é o reflexo da tosse, como foi feito em Pedro. “Esse reflexo é um sinal primitivo do sistema nervoso. Se ele aparecer, não significa que a pessoa esteja viva ou consciente, mas apenas que existe uma mínima resposta do organismo”, diz Burjaili. A situação é esperada em casos de morte encefálica, mas, no final, é o protocolo completo que define a conclusão do caso.

“Uma vez confirmada a morte encefálica, o quadro é irreversível. Mesmo antes de todos os testes serem concluídos, a equipe médica já tem uma alta convicção de que não há possibilidade de recuperação. Mas a confirmação final depende de todos os passos do protocolo”, completa o neurocirurgião.

Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!

Adicionar aos favoritos o Link permanente.