Cientistas encontram na Austrália cratera mais antiga da Terra

Geólogos liderados por Chris Kirkland, da Universidade de Curtin, descobriram aquela que pode ser a cratera de impacto mais antiga da Terra. A formação fica na antiga região de Pilbara, na Austrália, e tem diâmetro de quase 100 km. Ela parece ter sido formada pela queda de uma rocha espacial há 3,47 bilhões de anos, quando nosso planeta estava quase completamente coberto por água. 

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A equipe estima que o objeto que formou a cratera estava viajando a cerca de 36 mil km/h, e que o impacto foi tão forte que disparou vários detritos por nosso planeta. O mais interessante é que, embora a queda da rocha espacial tenha sido extremamente violenta, a cratera deixada para trás pode ter abrigado formas de vida primordiais, ajudando cientistas a entenderem melhor a origem da vida em nosso planeta. 

A cratera foi encontrada em Pilbara, na Austrália (Reprodução/Tim Johnson/Curtin University)

“Dada a raridade de tais evidências devido aos processos de reciclagem geológica [da Terra], esse é um grande avanço na compreensão da Terra primitiva”, disse Kirkland. A descoberta torna esta a cratera mais antiga conhecida em nosso planeta — antes o título pertencia à estrutura de impacto de Yarrabubba, também na Austrália.  


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Foi em 2021 que Kirkland e seus colegas encontraram evidências que indicaram a presença da cratera ali. Eles voltaram à região no ano passado para analisar a idade das formações rochosas, e descobriram que elas parecem ter aproximadamente 3,47 bilhões de anos, confirmando que esta é a cratera mais antiga do mundo. 

Por outro lado, nem todos os especialistas estão convencidos de que a cratera realmente pode ajudar tanto na compreensão da vida primordial na Terra. Marc Norman, pesquisador emérito da Universidade Nacional da Austrália, considera que faltam neste estudo evidências sólidas do tamanho da cratera e da sua relação com impactos do tipo na Terra primordial. 

“Embora a descoberta desta antiga cratera seja interessante, ela não avança realmente a nossa compreensão de como impactos podem ter influenciado como a Terra se formou e evoluiu ao longo de bilhões de anos”, observou. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Communications.

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