Filhotes de megalodon já nasciam com 4 metros e comiam irmãos no útero

Em uma nova pesquisa da Universidade DePaul, dos Estados Unidos, liderada pelo paleobiólogo Kenshu Shimada, foram descobertas muitas coisas interessantes sobre o megalodon, espécie já extinta de enormes tubarões do passado. São detalhes como seu tamanho, sua reprodução e os motivos que os levaram à extinção.

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A maioria dos restos de megalodon consiste de dentes, mas algumas vértebras já foram encontradas: os cientistas analisaram uma coluna vertebral quase completa da espécie vinda da Bélgica e preencheram lacunas com dados sobre as proporções de 145 tubarões modernos e 20 extintos.

Detalhes sobre o megalodon

A equipe de 29 pesquisadores revelou evidências interessantes sobre o Otodus megalodon, o gigante de sangue quente com “dentes enormes” (significado de seu nome científico, em tradução livre) — o espécime estudado teria 16,4 metros de comprimento, e provavelmente ainda estava crescendo.


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Se considerarmos a maior vértebra de megalodon já encontrada, na Dinamarca, o bicho em questão teria chegado a impressionantes 24,3 metros. Segundo a pesquisa, o megalodon não tinha um corpo atarracado e largo como o dos tubarões-brancos (Carcharodon carcharias), mas, sim, mais esguio e comprido, como o do tubarão-limão.

A estimativa de tamanho do megalodon, segundo o estudo, o coloca com até 24,3 metros nos maiores espécimes já encontrados (Imagem: Shimada et al./DePaul University)
A estimativa de tamanho do megalodon, segundo o estudo, o coloca com até 24,3 metros nos maiores espécimes já encontrados (Imagem: Shimada et al./DePaul University)

Isso pode ter sido a chave para seu grande tamanho, já que outros gigantes oceânicos, como o tubarão-baleia e o tubarão-peregrino, também ostentam corpos longilíneos. Esse tipo de corpo é mais hidrodinâmico, ao contrário do corpo dos tubarões-brancos, que se limitam a sete metros de comprimento.

O corpo dos filhotes de megalodon também era impressionante: o estudo sugere um tamanho entre 3,6 e 3,9 metros no nascimento. A espécie teria dado à luz a filhotes vivos, cujo tamanho seria possível devido à oofagia, ou seja, um canibalismo onde eles comeriam ovos não chocados de seus irmãos ainda no útero. Com seu tamanho, os recém-nascidos já poderiam comer mamíferos marinhos e evitar predadores.

Mas a taxa de crescimento pode ter prejudicado a sobrevivência dos enormes tubarões. Eles teriam crescido rápido, mas os cientistas notaram uma redução no estirão entre o sétimo e oitavo ano, quando o animal chegava a 6,5 metros. Isso corresponde com o tamanho máximo atingido pelos tubarões-branco.

O crescimento rápido da espécie teria sido uma seleção natural feita para competir com os maiores tubarões-brancos dos mares, um cenário competitivo que pode ter contribuído para a extinção dos gigantes. Mesmo que não tenham caçado um ao outro, a exclusão competitiva, aliada com a menor manobrabilidade dos megalodons devido ao tamanho, pode ter sido um grande fator no seu desaparecimento.

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