Apesar de foto com Bolsonaro, Rueda quer manter União no governo Lula

Presidente do União Brasil, Antônio Rueda avisou a interlocutores que não pretende entregar os três ministérios da sigla e romper de vez com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O desembarque da legenda foi especulado após o dirigente partidário tirar uma foto com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em meio a uma ofensiva da oposição por partidos que hoje estão na base de apoio do Planalto.

O União conta com três ministros atualmente: Celso Sabino (Turismo), Juscelino Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional). Os dois primeiros são representantes da bancada do partido na Câmara, que tem 59 deputados, a terceira maior da Casa. O último representa o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

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Presidente do União Brasil, Antônio Rueda
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Bolsonaro com Rodrigo Bacelar e Antonio Rueda

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Presidente do União Brasil, Antônio Rueda

BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Apesar disso, uma boa parte da bancada do União continua alinhada a Bolsonaro ou simplesmente apresenta aversão ao governo Lula. Enquanto isso, o partido também trabalha a pré-candidatura do governador Ronaldo Caiado (GO) à Presidência da República em 2026, com direito ao cantor Gusttavo Lima na chapa.

Outra frente de pressão para o partido entregar as pastas vem do PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI). União e Progressistas negociam uma federação para o ano que vem, e o parlamentar piauiense tem tentado fazer com que o próprio partido entregue o Ministério do Esporte, chefiado pelo ex-líder da sigla na Câmara, André Fufuca.

A sinalização de Rueda de que não pretende simplesmente entregar seus ministérios sinaliza um alívio ao Planalto, mas ao mesmo tempo embaralha a reforma ministerial articulada pelo presidente Lula. O governo avalia entregar o Ministério do Turismo ao PSD de Gilberto Kassab, na esperança de amarrar a sigla numa aliança eleitoral para 2026.

No contexto da atual reforma ministerial, Lula promoveu trocas somente em pastas comandadas pelo PT: na Secom, saiu o deputado Paulo Pimenta e entrou o marqueteiro Sidônio Palmeira; na Saúde, saiu Nísia Trindade e entrou Alexandre Padilha; na Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação do Planalto, saiu Padilha para a entrada da presidente da sigla, a deputada Gleisi Hoffmann.

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