Caso Vitória: o que se sabe sobre a investigação do assassinato brutal

São Paulo — Vitória Regina de Souza foi brutalmente assassinada depois de desaparecer na noite do último dia 26 de fevereiro, em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. O corpo da jovem de 17 anos foi encontrado em uma área de mata do município, no dia 5 de março. Ela tinha sinais de tortura e decapitação. Saiba as atualizações da investigação:

Na sexta-feira (7/3), a Polícia Civil realizou uma operação na área rural de Cajamar para tentar capturar os suspeitos de matar a adolescente. Três suspeitos eram os alvos da operação.

Perícia no carro de suspeito

Na tarde do dia 7 de março, equipes da Polícia Científica realizaram perícia no carro de um dos suspeitos de matar Vitória Regina. O suspeito se apresentou às 6h30 na Delegacia Seccional de Franco da Rocha. Após ser ouvido, ele saiu da delegacia encapuzado, escoltado por policiais, e deixou o local em uma viatura.

O carro do suspeito é um Corsa sedan branco. Durante a perícia, as equipes retiraram amostras de fios de cabelo e as colocaram em pequenas embalagens (veja abaixo). Um moletom rosa também foi apreendido.

13 imagens

Perícia no carro de suspeito no Caso Vitória (adolescente de 17 anos morta em Cajamar)

Caso Vitória: polícia faz perícia em carro
Carro de suspeito é periciado
Caso Vitória: polícia faz perícia em carro
Caso Vitória: polícia faz perícia em carro
1 de 13

Reprodução/ SBT

2 de 13

Perícia no carro de suspeito no Caso Vitória (adolescente de 17 anos morta em Cajamar)

Sam Pancher/Metrópoles

3 de 13

Caso Vitória: polícia faz perícia em carro

Sam Pancher/ Metrópoles

4 de 13

Carro de suspeito é periciado

Isabela Thurmann/ Metrópoles

5 de 13

Caso Vitória: polícia faz perícia em carro

Sam Pancher/ Metrópoles

6 de 13

Caso Vitória: polícia faz perícia em carro

Sam Pancher/ Metrópoles

7 de 13

Caso Vitória: polícia faz perícia em carro

Sam Pancher/ Metrópoles

8 de 13

Caso Vitória: polícia faz perícia em carro

Sam Pancher/ Metrópoles

9 de 13

Caso Vitória: polícia faz perícia em carro

Sam Pancher/ Metrópoles

10 de 13

Caso Vitória: polícia faz perícia em carro

Sam Pancher/ Metrópoles

11 de 13

Perícia no carro de suspeito no Caso Vitória (adolescente de 17 anos morta em Cajamar)

Sam Pancher/Metrópoles

12 de 13

Perícia no carro de suspeito no Caso Vitória (adolescente de 17 anos morta em Cajamar)

Sam Pancher/Metrópoles

13 de 13

Perícia no carro de suspeito no Caso Vitória (adolescente de 17 anos morta em Cajamar)

Sam Pancher/Metrópoles

Na perícia, os investigadores não encontraram vestígios de sangue e nada que ligasse o veículo à adolescente. Entretanto, o material recolhido foi enviado ao laboratório de DNA e os resultados poderão confirmar a impressão inicial.

Em entrevista à imprensa, após o final do procedimento, Renato Paccoli, chefe do IC de Franco da Rocha, afirmou que o resultado não deve ser divulgado tão rápido, visto que há muita demanda no laboratório especializado no assunto. “Existem alguns casos na frente. Eu não consigo dizer quando tempo vai demorar”, explicou o perito.

Veículo abandonado

A Polícia Civil de Franco da Rocha recebeu a informação de um Gol branco, que pode ajudar na investigação da morte da jovem. Na sexta-feira, equipes foram ao local para periciar o veículo. Este é o 4º carro investigado do caso. Veja:

Prisão de suspeito

Maicol Antonio Sales dos Santos, dono de um Corolla prata que fez mesmo trajeto no mesmo horário que Vitória quando ela seguia em direção à sua casa, foi preso no sábado (8/3), suspeito de envolvimento na morte da adolescente. Outros dois investigados estavam no automóvel e teriam mexido com a jovem na noite do desaparecimento dela. Ele foi levado para a delegacia de Franco da Rocha no fim da tarde de sábado.

A polícia acredita que o automóvel também tenha sido usado no assassinato de Vitória. O pedido de prisão temporária foi decretado sob a justificativa de que o dono do carro apresentou contradições sobre o seu paradeiro na noite do crime.

“Existem fortíssimos indícios de envolvimento de Maicol com os fatos investigados, além do que as versões contraditórias acerca de seu
paradeiro na data dos fatos, especialmente na noite de 26/2, sugerem tentativa de obstruir a persecução criminal e torna flagrante a possibilidade de influenciar futuros depoimentos”, escreveu na sentença a juíza Juliana Franca Bassetto Diniz Junqueira, da Comarca de Jundiaí, cidade do interior paulista.

Veja o momento da prisão:

Na mesma decisão, a juíza negou o pedido de prisão temporária de outro investigado, mantendo, porém, autorização para cumprimento de busca e apreensão contra ele.

Contradições entre o depoimento de Maicol Antonio Sales dos Santos e o da esposa do suspeito foram fundamentais para que o dono do Corolla prata fosse detido. O suspeito disse à polícia que, na noite do desaparecimento da jovem, em 26 de fevereiro, estava em casa com a sua esposa. A mulher, contudo, desmentiu a versão e disse que, naquele dia, havia dormido na casa de sua mãe.

Ela também disse à polícia que chegou a desconfiar de uma eventual traição do suspeito, após ficar sabendo por um amigo que o carro dele – o Corolla prata – havia sido visto fora de casa. A mulher teria confrontado o companheiro sobre o boato, que foi negado por ele.

7 imagens

Vitória Regina

Vitória em festa de formatura
Vitória Regina de Souza, de 17 anos
Jovem desapareceu em Cajamar, na região metropolitana de SP
1 de 7

Corpo de Vitória Regina de Souza, 17, foi encontrado com sinais de tortura e decapitado em Cajamar (SP). Polícia ouviu 14 pessoas envolvidas

Reprodução

2 de 7

Vitória Regina

3 de 7

Vitória em festa de formatura

Reprodução/ Instagram

4 de 7

Vitória Regina de Souza, de 17 anos

Reprodução/ Instagram

5 de 7

Instagram/Reprodução

6 de 7

Jovem desapareceu em Cajamar, na região metropolitana de SP

Reprodução/ Instagram

7 de 7

Instagram/Reprodução

Além da própria esposa, vizinhos do suspeito disseram à polícia que houve uma movimentação anormal na casa dele no dia do desaparecimento de Vitória. Ele teria ficado “entrando e saindo da garagem” e estacionado o carro dentro de casa, em vez de usar a rua, como era o costume.

Polícia refaz trajeto de Vitória

Na tarde de sábado, duas equipes do Grupo de Operações Especiais, da Polícia Civil, fizeram buscas em Ponunduva, um bairro de chácaras em Cajamar, próximo à casa da família da jovem.

Na região, foi localizada uma chácara onde a jovem supostamente teria sido mantida. O local foi rondado pelos policiais, mas não há evidências de seja de fato o local do cativeiro. As equipes também refizeram o trajeto de Vitória antes de ela ter desaparecido.

GCM encontra cabelo e roupas no local de desova

A Guarda Civil Municipal de Cajamar encontrou, no dia 8 de março, roupas aparentemente femininas e grande quantidade de cabelo a cerca de 10 metros de onde foi encontrado o corpo de Vitória Regina dos Santos.

De acordo com o secretário de Segurança Pública da cidade, Leandro Arantes, os objetos estavam enterrados e foram encontrados enquanto guardas-civis passavam pelo local com um repórter.

“Chegando ao local, você vê parte de cabelo para fora e parte de roupas para fora (…) Não dá para confirmar que é da Vitória. Nós só falamos que são objetos femininos pela proximidade do local”, disse Leandro.

Veja:

A adolescente foi encontrada morta no bairro Ponunduva, uma região de chácaras em Cajamar. Ela vestia apenas o sutiã e estava com o cabelo raspado e havia sido quase decapitada.

Envolvimento com o PCC

O Prefeito de Cajamar, Kauan Berto (PSD), negou que a morte da jovem Vitória Regina de Souza, brutalmente assassinada na cidade da Grande São Paulo, tenha relação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele defendeu que o município é um local pacato, com baixa criminalidade, e que as acusações de envolvimento da facção no caso foram um erro que atrapalha as investigações.

“Eu desconheço qualquer tipo de atuação de PCC na cidade de Cajamar. Em 65 anos de Cajamar. Eu, como nascido e criado lá [na cidade], participei de outras gestões da cidade, fui secretário e nunca ouvi envolvimento de Cajamar com PCC ou até mesmo PCC em bairros de Cajamar, até porque os menores índices de criminalidade estão em Cajamar”, disse Berto, em coletiva de imprensa.

Em conversa com os interlocutores, Kauan disse que a hipótese do PCC, assim como outras especulações envolvendo a sexualidade do ex-ficante da jovem, contribuíram para atrair a imprensa para o caso, mas, na prática, não ajudam a revelar quem matou Vitória.


A morte de Vitória

  • Vitória Regina de Souza, de 17 anos, foi encontrada decapitada e com sinais de tortura na tarde do dia 5 de março em uma área rural de Cajamar, na Grande São Paulo.
  • Ela estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho.
  • Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição.
  • A família reconheceu o corpo por conta das tatuagens no braço e na perna e um piercing no umbigo.
  • Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem chegando a um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro e, posteriormente, entrando no transporte público.
  • Antes de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.
  • Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus e que lhe causavam medo.
  • Em seguida, ela entra no ônibus e diz que os dois subiram junto com ela no transporte público — e um sentou atrás dela.
  • Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção a sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga, dizendo que os dois não haviam descido junto com ela. “Ta de boaça”. Foi o último sinal de Vitória com vida.
  • Pelo menos sete pessoas são investigadas pelo crime.
  • Delegado responsável pelo caso diz que “provavelmente foi crime de vingança”.

Noite do desaparecimento

Vitória voltava do trabalho, um restaurante do shopping de Cajamar, quando sentiu que estava sendo seguida por um carro. Posteriormente, ela enviou áudios para uma amiga, nos quais relatou uma abordagem de dois suspeitos no veículo, enquanto estava no ponto de ônibus.

Nos prints da conversa entre a adolescente a amiga, Vitória contou que ao chegar no ponto de ônibus, para pegar o segundo coletivo da noite, notou a presença de outros dois homens que lhe causaram medo.

3 imagens

Jovem mandou mensagem assustada para a amiga antes de sumir

Vitória diz que dois meninos estavam a assustando e que entraram no mesmo ônibus que ela
1 de 3

Jovem mandou mensagem assustada para a amiga

Reprodução

2 de 3

Jovem mandou mensagem assustada para a amiga antes de sumir

Reprodução

3 de 3

Vitória diz que dois meninos estavam a assustando e que entraram no mesmo ônibus que ela

Reprodução

Na sequência, ela entra no ônibus e diz que os suspeitos subiram junto com ela no transporte público. Um teria sentado atrás dela.

Ao final do trajeto, Vitória desceu do coletivo e começou os cerca de 15 minutos de caminhada até a sua casa, localizada em uma área rural de Cajamar. Antes de desaparecer, a adolescente enviou um áudio dizendo para a amiga que os dois suspeitos não haviam descido junto com ela: “Ta de boaça”. Este foi o último sinal de Vitória com vida.

Vídeo mostra últimas imagens da adolescente

Adicionar aos favoritos o Link permanente.