5 erros mais comuns ao comprar um SSD e como evitá-los

A popularidade dos SSDs tem se tornado cada vez maior, com os consumidores buscando o componente para ter em seu PC uma unidade de armazenamento de alto desempenho. Por não utilizarem discos mecânicos como os HDDs convencionais, eles realizam operações como abrir arquivos, aplicativos, jogos e o próprio sistema operacional de forma muito mais veloz.

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No entanto, esse aprimoramento em seu setup implica em uma complexidade maior. Há diversos tipos de SSDs disponíveis no mercado e escolher o errado pode levar a alguns problemas como um desempenho abaixo do esperado, falta de compatibilidade com os demais componentes de seu computador e, consequentemente, dinheiro jogado fora.

Para evitar dores de cabeça, o Canaltech listou os 5 erros mais comuns que os usuários cometem quando compram um SSD. Através deles, nossa intenção é mostrar para você como evitá-los e não gastar a mais (ou até menos) do que o necessário. Leia com atenção caso esteja buscando fazer um upgrade no PC, já que os detalhes podem te ajudar a atingir o máximo do potencial que ele oferece.


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5 erros mais comuns ao comprar um SSD

Conheça quais são os erros mais comuns de quem compra um SSD atualmente e aprenda a evitá-los:

5. Ignorar compatibilidade do sistema

Seja um computador desktop ou um notebook, cada sistema possui sua conectividade própria. Isso implica que você terá de prestar muita atenção e comprar um SSD ou qualquer outro componente que seja compatível com ele. Afinal de contas, se ele nem se conectar, de que adianta ter comprado?

São diversos tipos de armazenamento disponíveis no mercado, que podem funcionar através da conexão SATA, NVMe, M.2 ou diversas outras que seu sistema exige. Entre as principais, estão as seguintes:

  • SATA ou 2,5”: é o tipo mais comum de SSD e é muito versátil, sendo compatível com vários modelos de notebooks ou computadores desktop. Tem um tamanho similar ao visto nos HDDs padrão e, como o nome indica, é conectado via cabo SATA
  • SATA Express: traz um cabo com dois conectores SATA e um PCI-Express (PCIe). Enquanto os SATA comuns alcançam taxas de transferência de 600 MB/s, o SATA Express é mais veloz e alcança entre 1.000 MB/s e 1.600 MB/s. 
  • M.2 SATA: é o formato padrão em notebooks ultrafinos, menor do que o 2,5” e mais simples de instalar (geralmente necessitando apenas conectar na placa-mãe). Assim como os SATA/2,5”, ele também alcança taxas de transferência máxima de 600 MB/s
  • M.2 NVMe: se tornou um formato muito popular atualmente e é visto como sucessor do M.2 SATA. Ele não usa controladores “Advanced Host Controller Interface” (AHCI) e se comunica com os demais componentes através da conexão PCIe. A velocidade atingida pode chegar a até 12.000 MB/s com o padrão PCIe 5.0
SSD Kingston
Preste atenção para não cometer os erros comuns na hora de comprar um SSD (Imagem: Divulgação/Kingston)

E aí entra a grande pergunta: como você saberá quais são os modelos compatíveis com o seu PC ou notebook? Para compreender melhor isso, você terá de ler as especificações de sua placa-mãe ou do seu notebook para identificar as interfaces que seu dispositivo oferece suporte. 

Caso não tenha mais (ou não encontre) o manual do seu notebook ou da placa-mãe, respire fundo que nem tudo está perdido. Essa informação também é facilmente localizada no site das fabricantes e em lojas digitais onde ele é vendido, basta localizar o seu modelo e as nomenclaturas “Especificações do SSD” ou “Interface do SSD”.

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Inserindo um SSD
Verifique a compatibilidade de seu SSD com o sistema do seu PC ou notebook (Imagem: Divulgação/Sandisk)

4. Escolher o formato errado de SSD

Como visto acima, entre os modelos de SSD mais populares temos conexões SATA e NVMe de vários tipos e tamanhos diferentes. Há usuários que acertam a conexão, mas acabam comprando o formato errado – seja por não ter visto com atenção, confusão na leitura ou qualquer que seja a razão.

Há diferenças estruturais no formato físico de cada um deles. Ou seja, não é porque o SSD SATA 2,5” e o M.2 SATA utilizam a conexão SATA que ambos serão compatíveis no seu sistema. Cada um deles tem um tamanho próprio e ele pode simplesmente não se encaixar em seu PC ou no notebook. 

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É muito importante se atentar aos detalhes do tipo e formato do SSD que compra para não ter problemas e acabar sendo levado a comprar outro, por puro descuido. Em alguns casos, há adaptadores que são produzidos por companhias terceirizadas (que não são as fabricantes oficiais), mas há uma série de desvantagens que podem ser vistas como o limite de seu desempenho, não poder acessar toda a sua capacidade entre outras.

Tipos diferentes de SSDs
Cada SSD tem um tamanho e uma conectividade distinta (Imagem: Divulgação/Kingston)

3. Subestimar capacidade de armazenamento

Antes de comprar um SSD, você precisa estipular a quantidade de armazenamento que precisará utilizar e as opções disponíveis no mercado. E, se aceita um conselho, sempre “jogue para mais” – já que imprevistos podem exigir mais daquilo que estava preparado para suportar em seu PC ou notebook.

Leve em consideração o sistema operacional, aplicativos que utiliza, jogos que pretende baixar e seus arquivos pessoais (principalmente imagens de alta resolução e vídeos) para estipular uma quantidade como o objetivo de compra. É importante lembrar também que os softwares costumam passar por constantes atualizações, então a dica para erguer seu patamar também é importante nesta questão. 

Comprar um SSD com a capacidade de armazenamento insuficiente para o que necessita pode levar a problemas como a falta de espaço para baixar o conteúdo e programas que precisa, não conseguir produzir material audiovisual (caso trabalhe com isso ou faça como hobby), atualizar seus jogos entre outros. E isso te levará a ter de gastar novamente com outro modelo, que atenderá melhor suas expectativas e necessidades. 

Baseado em uma média por tarefas utilizadas, você pode usar os tópicos a seguir como uma “régua” para estipular se precisa de um armazenamento maior ou menor de acordo com a atividade no PC ou notebook:

  • Uso doméstico e para estudantes: 1TB
  • Uso profissional: 1TB a 2TB
  • Uso para jogos e criação de conteúdo: 2TB a 4TB
SSD Adata
Cada uso possui uma necessidade específica do armazenamento de um SSD (Imagem: Divulgação/Adata)

2. Desprezar importância da velocidade e desempenho

Além da capacidade de armazenamento, todo SSD possui sua própria velocidade de leitura e gravação. A regra é clara: quanto mais alto o seu valor, mais rápido ele vai operar em seu computador. Isso indica a sua agilidade em abrir o sistema operacional, programas, rodar jogos, transferir arquivos e outras tarefas em comparação aos demais modelos no mercado. 

Seu desempenho é medido em leitura e gravação sequencial e aleatória: a leitura é a velocidade em que seu componente pode acessar informações de arquivos e programas; enquanto a gravação é a velocidade que o SSD salva as informações. Geralmente a gravação costuma ter uma velocidade um pouco menor do que a leitura. As informações são medidas em “megabytes por segundo” (MB/s). 

Em termos mais simples, um armazenamento que tenha 3.500 MB/s de desempenho é mais “lento” do que um modelo que traga 7.000 MB/s, por exemplo. Atualmente há modelos que atingem até 12.000 MB/s, o que garante uma performance impressionante para PCs e notebooks. No caso dos videogames, um PS5 vem com um SSD de 5.500 MB/s em leitura, para ter uma métrica em mente.

Quando for adquirir um SSD, sempre observe as especificações e compare diferentes modelos para não acabar comprando algum que pode ter um desempenho abaixo do que necessita. Às vezes pode ser bom abrir um pouco mais a carteira para ter uma performance veloz ao invés de gastar menos e ter um componente lento em suas mãos. 

Velocidade de SSD Samsung 990 Pro
Cada modelo de SSD tem uma velocidade de desempenho máximo (Imagem: Divulgação/Samsung)

1. Não verificar as características do SSD

Nós falamos do formato, tamanho, armazenamento e velocidade, mas um SSD possui diversas outras características que merecem a sua atenção. Três delas se destacam das demais e também devem ser observadas no momento em que compra o componente: a tecnologia de memória, o TBW e a sua garantia.

Os SSDs costumam usar a memória NAND com alguns tipos de tecnologia distintos. Sua maior diferença é o número de bits que pode ser armazenado em cada célula e a quantidade de ciclos que definem sua durabilidade. Entre os principais, nós podemos ver:

  • NAND SLC: 1 bit por célula e ciclos de programação/exclusão (P/E) de 100K. Oferece maior resistência, mas seus custos são altos e trabalha com baixa capacidade de armazenamento
  • NAND MLC: 2 bits por célula e ciclos de P/E de 10K. Sua vantagem são os custos menores de produção, mas é mais lenta e menos resistente do que os modelos SLC
  • NAND TLC: 3 bits por célula e ciclos de P/E de 3K. Seu custo de produção é menor e ela opera com maiores capacidades de armazenamento, porém sua resistência é menor do que o SLC e MLC. 
  • NAND QLC: 4 bits por célula e ciclos de P/E de 1K. Como os demais, aumenta a densidade e capacidade, mas sua durabilidade é reduzida. 
Tipos de NAND de SSD
Cada tecnologia de NAND pode estabelecer parâmetros diferentes no SSD (Imagem: Divulgação/Kingston)

Nos últimos anos foi introduzida a V-NAND (ou 3D NAND), que tem como objetivo encerrar este ciclo de maior densidade a custo e durabilidade menor. Ao invés de serem empilhadas na horizontal, elas são posicionadas de modo vertical – permitindo que tenha mais densidade, capacidade de armazenamento e resistência sem aumento de preço ou do consumo de energia. 

Já o TBW significa “terabytes written” e define o tempo de vida útil que um SSD terá para gravar arquivos e dados. Ele indica quanto tempo de duração que seu componente vai operar em condições normais de funcionamento. Se um modelo de 2TB tem uma classificação de 3.500 de TBW, por exemplo, significa que ele terá suporte à gravação de 3.500TB antes de notar falhas ou defeitos.

As fabricantes alcançam um número estimado de TBW ao multiplicar a capacidade do drive por quantos ciclos de programação/exclusão (P/E) cada bloco NAND pode executar. Depois o valor é dividido pelo Fator de Ampliação de Gravação (WAF). No fim, quanto menor for o P/E, ele vai durar menos tempo.

Por fim, sempre mantenha sua atenção no tempo de garantia que cada fabricante de SSD fornece na compra do componente. Essa informação é de vital importância, já que determinará o quanto de tempo você terá de suporte caso passe por problemas ou se ele apresentar defeitos. Por isso, é recomendado que sempre busque comprar o produto em revendas oficiais (que contam com o produto embalado, não alterado e em condições próprias para uso).

SSD da Gigabyte
Verifique sempre a garantia oficial de seu SSD (Imagem: Divulgação/Gigabyte)

Detalhes importantes para comprar um SSD

Com essas informações em mãos, você agora poderá buscar um SSD que realmente atenda suas expectativas e necessidades sem ter dores de cabeça ou problemas com uma escolha errada. Nossa proposta é que tenha estes detalhes em mente para evitar cometer os erros e ter um componente de qualidade em seu setup.

Entre os principais erros ao comprar um SSD, temos:

  1. Não verificar as características do SSD
  2. Desprezar a importância da velocidade e desempenho
  3. Subestimar a capacidade de armazenamento
  4. Escolher o formato errado de SSD
  5. Ignorar a compatibilidade do sistema

Antes de comprar o seu, pesquise bem e busque estes fatores para adquirir um modelo que o atenda tanto em armazenamento quanto em desempenho. Seja para uso profissional, pessoal, gamer ou qualquer tarefa, o importante é que fique satisfeito com a sua aquisição.

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