Dólar recua de olho em Trump, emprego nos EUA e indústria no Brasil

O dólar operava em queda na manhã desta terça-feira (11/3), pouco depois da abertura do mercado, com as atenções dos investidores divididas entre a agenda econômica no Brasil e nos Estados Unidos.


O que aconteceu

  • Às 9h08, a moeda norte-americana recuava 0,21% e era negociada a R$ 5,84.
  • Na véspera, o dólar encerrou o dia em forte alta de 1,06%, cotado a R$ 5,85.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 1,09% frente ao real neste mês e de 5,31% no ano.

Recessão nos EUA?

Os investidores continuam repercutindo dados e informações sobre a economia dos EUA.

No dia anterior, o mercado reagiu com preocupação a declarações do presidente dos EUA, Donald Trump.

Em entrevista exibida no último domingo (9/3) pela Fox News, Trump adotou um tom cauteloso ao falar sobre a possibilidade de recessão nos país, mas não descartou a hipótese.

“Eu odeio prever coisas assim. Há um período de transição, porque o que estamos fazendo [em relação às tarifas comerciais] é muito grande. Estamos trazendo riqueza de volta para a América. Isso é uma grande coisa. Leva um pouco de tempo, mas acho que deve ser ótimo para nós”, afirmou Trump.

As declarações derrubaram os principais índices das bolsas de valores norte-americanas e geraram forte temor no mercado global, também afetando a Europa e o Brasil.

“A sessão foi marcada por um forte sentimento de aversão ao risco, com quedas acentuadas nos índices americanos e um movimento de fuga para os títulos do Tesouro, que registraram declínios expressivos em toda a curva de rendimentos. Os juros dos títulos de 10 anos recuaram cerca de 10 pontos-base, evidenciando essa tendência”, explicou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

“Diante da deterioração dos ativos e do sentimento negativo, o mercado esperava alguma sinalização do presidente Trump – que, ao longo do primeiro mandato, demonstrou preocupação com o desempenho da bolsa americana, frequentemente associando o sucesso das políticas de sua administração ao desempenho dos mercados. No entanto, no domingo, Trump evitou colocar panos quentes na situação e afirmou que a economia americana se encontra em um ‘momento de transição’”, completou Shahini.

Empregos

Nesta terça-feira, os investidores aguardam a divulgação de novos dados de emprego na maior economia do mundo. Desta vez, as atenções se voltam para o relatório “Job Openings and Labor Turnover Survey” (Jolts) referente ao mês de janeiro.

As vagas em aberto são as posições disponíveis dentro das empresas que os empregadores buscam preencher por meio de contratações. Para participar do relatório Jolts, os empregadores recebem um formulário no qual informam o número de vagas em aberto na empresa no último dia útil do mês, além do número de contratações e demissões no período.

Em tese, portanto, o aumento na quantidade de vagas em aberto indica que as empresas pretendem aumentar suas contratações. A diminuição desse número é um sinal de que as companhias devem pisar no freio.

Indústria no Brasil

No cenário doméstico, o mercado repercute os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção industrial no Brasil em janeiro deste ano.

No primeiro mês de 2025, a produção industrial teve variação nula (0%) em relação a dezembro de 2024. Em relação a janeiro do ano passado, houve alta de 1,4%.

O consenso das projeções do mercado indicava que a produção industrial brasileira subiria 0,4% na base mensal e 2,2% na comparação anual em janeiro. O resultado, portanto, veio aquém das expectativas.

Em dezembro de 2024, de acordo com o IBGE, a produção industrial recuou 0,3% em relação ao mês anterior, o terceiro resultado negativo consecutivo.

Já na base de comparação anual, em relação a dezembro de 2023, houve alta de 1,6%.

Bolsa de Valores

As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam a partir das 10 horas.

No dia anterior, o indicador fechou em queda de 0,41%, aos 124,5 mil pontos.

Com o resultado, o Ibovespa acumula alta de 1,4% em março de 3,52% em 2025.

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