Campeão do Sistema Solar: estudo descobre 128 novas luas em Saturno

Saturno acaba de se consolidar na liderança isolada no posto de planeta com o maior número de luas no Sistema Solar. Anteriormente superado por Júpiter, desde 2023 os astrônomos têm descoberto uma série de luas nos anéis de poeira do planeta.

O estudo mais recente, divulgado nesta quarta-feira (12/3) por um consórcio de pesquisadores de Taiwan, Canadá, Estados Unidos e França, revelou a descoberta de 128 luas ao redor do planeta, levando o total para 274.

Júpiter, agora em uma distante segunda colocação, conta com “apenas” 95 luas. A União Astronômica Internacional reconheceu oficialmente a descoberta das novas luas na terça-feira (11/3), mas o estudo que detalha a atualização ainda não passou pela revisão por pares.

Como as novas luas de Saturno foram achadas?

Os pesquisadores encontraram as novas luas ao monitorar o céu ao redor de Saturno entre 2019 e 2021. A técnica combina múltiplas imagens para identificar objetos astronômicos relativamente pequenos na poeira do planeta.

Inicialmente, 62 luas foram confirmadas, mas a busca continuou. “Acreditávamos que havia ainda mais luas esperando para serem descobertas. Revisitamos os mesmos campos do céu por três meses em 2023 e encontramos 128 novas luas”, explicou o astrônomo Edward Ashton, líder do estudo, em comunicado à imprensa

A corrida pelo campeão de luas

Desde 2023, a Nasa já afirmava que Saturno possuia 146 luas. Até o reconhecimento de 62 satélites de uma vez, o planeta era o segundo colocado em luas, com 84 conhecidas. Júpiter se mantém com 95 e como sua observação é mais clara, os pesquisadores não acreditam que novas luas possam ser descobertas.

A maior lua de Saturno é a Titã, que é do tamanho do planeta Mercúrio. É a segunda maior do Sistema Solar, atrás de Ganimedes, lua de Júpiter, tão grande que tem o próprio campo magnético e as próprias luas.

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Esta composição mostra os nove maiores satélites de Saturno. Da esquerda para a direita, em ordem crescente de distância de Saturno, eles são: Mimas, Encélado, Tétis, Dione, Reia, Titã, Hiperião, Jápeto e Febe. Para efeito de comparação, nossa Lua tem cerca de 67 por cento do tamanho de Titã. Saturno é mostrado na parte inferior, na mesma escala.

O Sistema Solar em sua ordem de planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.
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Ilustração mostra os aneis de saturno em perspectiva, onde estão as luas encontradas no novo estudo

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Esta composição mostra os nove maiores satélites de Saturno. Da esquerda para a direita, em ordem crescente de distância de Saturno, eles são: Mimas, Encélado, Tétis, Dione, Reia, Titã, Hiperião, Jápeto e Febe. Para efeito de comparação, nossa Lua tem cerca de 67 por cento do tamanho de Titã. Saturno é mostrado na parte inferior, na mesma escala.

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O Sistema Solar em sua ordem de planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.

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Luas irregulares revelam história de colisões

Todas as novas luas descobertas são classificadas como “irregulares”, ou seja, têm formas não-arredondadas, têm mais de um quilômetro de diâmetro e foram capturadas pela gravidade de Saturno no início da formação do Sistema Solar.

“Provavelmente são todas fragmentos de um número menor de luas capturadas originalmente que foram quebradas por colisões violentas, seja com outras luas saturninas ou com cometas que passavam”, explicou o astrofísico Brett Gladman, coautor do estudo.

Um dos motivos para a dificuldade em encontrar as luas foi a desproporção entre o tamanho dos satélites grandes e os pequenos ao redor de Saturno.

A alta concentração de satélites menores sugere uma colisão catastrófica “recente”, ocorrida nos últimos 100 milhões de anos. A maioria das novas luas foi encontrada próximo ao subgrupo Mundilfari, região que pode ter sido o epicentro desse evento. “Essa descoberta nos ajuda a entender a evolução do sistema de luas irregulares”, destacou Ashton.

Tecnologia atual atinge limite de detecção

A equipe, que inclui pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian e do Observatório de Besançon, acredita que a busca por novas luas ao redor de Saturno pode ter chegado ao limite com a tecnologia disponível. “Não acho que podemos fazer muito melhor do que isso atualmente”, disse Ashton.

A descoberta reforça a complexidade do sistema de Saturno e abre novas perspectivas para entender a dinâmica de formação e evolução de satélites naturais.

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