Hugo Motta quer emplacar Eduardo Bolsonaro na CREDEN da Câmara

Brasília – O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou que a distribuição das comissões permanentes será definida até quinta-feira (12). A negociação gerou impasse, principalmente devido à insistência do PL em manter Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no comando da Comissão de Relações Exteriores (CREDEN). A disputa pela relatoria do Orçamento de 2026 também intensificou o embate entre partidos.

O PL, maior bancada da Câmara com 99 deputados, exige o controle da CREDEN. O líder da legenda, Sóstenes Cavalcante (RJ), comunicou a Motta que o partido não abrirá mão da indicação de Eduardo Bolsonaro. Motta justificou que a divisão segue critérios regimentais, considerando o tamanho das bancadas.

“Essa distribuição é uma praxe regimental. Não há como mudar isso”, afirmou Motta.

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A importância da CREDEN na disputa política

A CREDEN é responsável pelas relações diplomáticas da Câmara. Para a extrema-direita, a comissão tem valor estratégico, pois permite interlocução direta com governos internacionais. Eduardo Bolsonaro, alinhado com a administração de Donald Trump, tem utilizado o cargo para defender seu pai e criticar o ministro Alexandre de Moraes (STF).

O PT tenta barrar a nomeação e sugere que um partido de centro assuma a CREDEN. A legenda também solicitou ao STF a apreensão do passaporte de Eduardo, acusando-o de prejudicar os interesses nacionais.

“Eduardo tenta influenciar o governo americano contra o Brasil. Isso pode gerar conflito institucional”, disse Lindbergh Farias (PT-RJ).

Disputa pelo Orçamento de 2026

A relatoria do Orçamento de 2026 é outro foco de tensão. União Brasil e MDB brigam pelo cargo. O União, com mais deputados, tem prioridade, mas o MDB reclama que o partido foi um dos últimos a apoiar a eleição de Hugo Motta. Quem perder a relatoria pode assumir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Outras comissões em disputa

• Comissão de Saúde deve ficar com o PL, garantindo influência em emendas.
• Comissão de Educação pode ser solicitada pelo PT, caso o PL leve a CREDEN.
• Comissão de Minas e Energia enfrenta disputa entre PL e PSD.
• Republicanos deve continuar no comando de Viação e Transportes e Comunicação.

As comissões da Câmara controlam R$ 11,5 bilhões em emendas e exercem papel crucial na distribuição de recursos. O desfecho das negociações definirá o equilíbrio de forças para as eleições de 2026.

Entenda a disputa pela CREDEN e o Orçamento de 2026

• Eduardo Bolsonaro é o nome do PL para presidir a CREDEN.
• O PT busca impedir a nomeação e propõe um partido de centro.
• A CREDEN tem importância estratégica nas relações diplomáticas.
• União Brasil e MDB brigam pelo Orçamento de 2026.
• O PL também quer controlar a Comissão de Saúde.
• As comissões movimentam R$ 11,5 bilhões em emendas.

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