Viagem espacial: os desafios dos EUA na corrida para levar astronautas a Marte

Em seu discurso de posse em janeiro, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, declarou que astronautas norte-americanos deveriam hastear a bandeira do país em solo marciano. O plano é para lá de ambicioso, mas não é nada fácil

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Durante uma entrevista concedida à Fox News no domingo (9), ele comentou sua fala durante o discurso. “Há muito interesse em ir a Marte. É o primeiro item da minha lista? Não, realmente não. Mas é algo que seria, você sabe, uma grande conquista. Seria ótimo se pudéssemos fazer isso”, disse. 

Não é fácil enviar astronautas a Marte (Reprodução/NASA/JPL-Caltech)

No entanto, os desafios para enviar astronautas a Marte são vários. Para começar, a distância entre a Terra e Marte muda conforme os planetas viajam ao redor do Sol, variando entre 56 milhões a 400 milhões de quilômetros. 


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É por isso que, para economizar combustível, os cientistas não planejam as missões a partir da posição atual do planeta. Na verdade, eles esperam até Marte chegar a uma posição mais favorável em relação à Terra e somente aí o lançamento acontece, para que a espaçonave chegue no planeta após sete meses ou mais de viagem. 

Leva 26 meses para que Marte e a Terra fiquem no ponto mais próximo entre si em suas respectivas órbitas. Em outras palavras, os anos de 2026 e 2028 seriam as únicas janelas possíveis para o envio de missões para lá durante o mandato do presidente Trump. 

Atualmente, o foguete Starship, da SpaceX, é o único veículo espacial com alguma chance de lançar uma missão não tripulada ao Planeta Vermelho em 2026. Mas vale lembrar que, antes de planejar missões para lá, a SpaceX precisa primeiro mostrar que seu foguete pode reentrar na atmosfera e se manter íntegro, que é seguro para levar astronautas, que é capaz de pousar em outros mundos e muito mais.  

Astronautas em Marte: quais os desafios? 

Ainda não foi lançada nenhuma missão tripulada a outros planetas, e não é sem motivo: segundo um estudo da Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos, os humanos são o “componente mais complexo no projeto de missões espaciais de longa duração”. 

Representação do foguete Starship chegando em Marte (Reprodução/SpaceX)

No caso de Marte, os astronautas iriam precisar de trajes espaciais, recursos para cuidados médicos e psicológicos, formas de produzir seus alimentos e ferramentas para se manterem saudáveis e satisfeitos por pelo menos dois anos em isolamento.

Eles até conseguiriam se comunicar com a Terra, mas o contato não seria em tempo real devido aos atrasos causados pela distância entre os planetas. Para completar, a missão precisaria também de grandes veículos espaciais que possam ser reabastecidos para missões de volta à Terra. 

Agora, voltemos à proposta do presidente Trump. A próxima janela para o envio de missões a Marte se abre no ano que vem, mas Elon Musk, CEO da SpaceX, afirmou que o foguete Starship poderia somente lançar missões não tripuladas para lá naquele ano — isso no melhor dos cenários, claro. Já uma missão lançada em 2028 pousaria no Planeta Vermelho somente em 2029, ou seja, após o fim do mandato do presidente. 

Em comunicado enviado à NPR, a NASA declarou que “espera ouvir mais sobre os planos do governo Trump para a agência espacial e para a expansão da exploração espacial para o benefício de todos, incluindo o envio de astronautas norte-americanos na primeira missão tripulada ao Planeta Vermelho”.

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