Justiça suspende privatização de escolas em SP

São Paulo – Uma decisão liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspendeu o processo de privatização das escolas estaduais e anulou os leilões realizados pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). A determinação atende a um pedido da Apeoesp, principal sindicato dos professores do estado.

O juiz Manuel Fonseca Pires, da 3ª Vara de Fazenda Pública, argumentou que a concessão à iniciativa privada compromete a gestão democrática da educação pública. Ele destacou que a terceirização afeta a autonomia pedagógica e a qualidade do ensino.

Projeto previa concessão por 25 anos

Em outubro e novembro de 2024, o governo leiloou 33 novas escolas para gestão privada. O plano também previa a terceirização da manutenção de mais 143 unidades em funcionamento. Os contratos previam construção, manutenção e gestão por 25 anos.

O governador Tarcísio de Freitas defendeu que as escolas manteriam autonomia pedagógica, enquanto os consórcios cuidariam da infraestrutura e contratação de funcionários para serviços como limpeza e segurança.

Justificativa da Justiça

Na decisão, o juiz Pires afirmou que a licitação compromete a educação pública, pois a infraestrutura escolar influencia diretamente no ensino. Ele ressaltou que a gestão não pode ser separada do ambiente pedagógico.

“As decisões sobre ocupação e uso do ambiente escolar impactam diretamente o programa pedagógico. Esse processo não pode ser monopolizado por uma empresa privada”, declarou o magistrado.

Repercussão

A deputada estadual Professora Bebel (PT) celebrou a decisão. “É uma vitória para a educação pública e para a gestão democrática das escolas”, afirmou.

O governo estadual ainda não se manifestou sobre a decisão. Em fevereiro, a Procuradoria Geral do Estado já havia anunciado que recorreria de uma liminar similar.


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Municípios afetados pela PPP

O projeto previa a construção de escolas em diversas cidades do estado:

Lote Oeste (17 escolas): Araras, Bebedouro, Campinas, Itatiba, Jardinópolis, Lins, Marília, Olímpia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, São José do Rio Preto, Sertãozinho e Taquaritinga.

Lote Leste (16 escolas): Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano.


Entenda a suspensão da privatização das escolas em SP

  • Decisão judicial: Tribunal de Justiça de SP suspendeu o projeto de privatização.
  • Motivo: Concessão à iniciativa privada compromete gestão democrática e autonomia pedagógica.
  • Leilões anulados: Governador havia leiloado 33 escolas e previa terceirização de outras 143.
  • Contrato: PPPs concederiam gestão de serviços por 25 anos.
  • Repercussão: Sindicato de professores celebrou a decisão; governo ainda não se manifestou.

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