STF nega transferência de kid preto do “panefone”, mas permite visitas

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, nesta quinta-feira (13/3), a transferência do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, investigado por suposta tentativa de golpe de Estado. Ele está preso desde novembro nas instalações do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB). No entanto, a Corte permitiu que o kid preto recebesse visitas, com exceção de sua irmã.

Em 28 de dezembro, a irmã do tenente-coronel tentou entrar no batalhão do Exército com uma caixa de panetone. Porém, ao passar pelo detector de metais, durante verificação de itens, o alarme foi acionado, o que não ocorreria com o doce.

Nesse momento, o Pelotão de Investigações Criminais (PIC) interpelou a Dhebora Bezerra de Azevedo com questionamentos sobre o que havia na caixa. Ela, então, disse haver um fone de ouvido.

Veja a imagem do objeto:

imagem preto e branco de fone de ouvido encontrado em caixa de panetone para kid preto

Os militares abriram o recipiente e verificaram que no interior da caixa havia um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória. O material foi apreendido e está custodiado no pelotão. A mulher não visitou o irmão e assinou um termo de apreensão dos equipamentos. Desde o episódio do fone no panetone, o tenente-coronel teve o direito à visitação suspenso por Moraes.

Tenente-coronel investigado

O tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo é investigado por participar de suposto plano para matar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em depoimento à Polícia Federal, ele negou envolvimento e disse que comemorava o aniversário dele em Goiânia no dia em que mensagens foram trocadas, em 15 de dezembro de 2022. Um número de celular habilitado por Azevedo em nome de terceiros foi rastreado pela PF em locais onde estariam as autoridades naquela data. O militar afirmou que o telefone usado não foi ligado por ele até meados do dia 20 de dezembro daquele ano.

O suposto plano para assassinar Lula e Moraes no dia 15 de dezembro de 2022 foi alvo da Operação Contragolpe, deflagrada em 19 de novembro deste ano pela PF. Conforme as investigações, foi identificada uma organização criminosa que teria planejado golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do então presidente eleito e atacar o STF. Azevedo foi uma das pessoas presas suspeitas de envolvimento no planejamento criminoso.

No depoimento à PF, Azevedo afirmou que estava em casa no dia da execução do plano assassino. “Tava em casa, tava em casa, eu tenho inclusive testemunhas, era dia do meu aniversário, meu aniversário é dia 15 de dezembro”, afirmou Azevedo ao delegado Fábio Shor no depoimento prestado em 27 de novembro.

O delegado da PF perguntou se Azevedo tem algo que comprove a presença dele na própria casa no dia 15. Ele respondeu citando estar na presença de um parente e amigos. Questionado se tem algum registro fotográfico do encontro, respondeu que não sabe.

Além de Lula e Moraes, o plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, também tinha como alvo o vice-presidente Geraldo Alckmin. A Operação Contragolpe foi autorizada por Moraes e cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas.

Os “kids pretos” são militares de elite do Exército Brasileiro.

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