Norovírus: vacina oral apresenta bons resultados em testes iniciais

Pesquisadores estão desenvolvendo uma vacina oral contra o norovírus, responsável por causar gastroenterite. Nos primeiros testes clínicos, publicados na revista Science Translational Medicine em 5 de março, a candidata a vacina apresentou bons resultados.

Chamada VXA-G1.1-NN, a pílula foi desenvolvida para atuar diretamente no intestino delgado, usando um vetor viral inofensivo para transportar uma proteína do vírus.

De acordo com a Vaxart, empresa responsável pela VXA-G1.1-NN, a vacina é fácil de adaptar a doenças novas e já conhecidas, além de resolver problemas comuns de armazenamento e eliminar o risco de lesões com agulhas.

Outro ponto importante é que a vacina fortalece o sistema imunológico nas superfícies de barreira do corpo, como o nariz e a boca, onde o vírus costuma entrar. Isso significa que a imunidade é gerada nas mucosas, as principais vias de transmissão do norovírus.

A pesquisa focou em idosos, grupo particularmente vulnerável a complicações graves da infecção.

Norovírus

O norovírus é um vírus bastante conhecido, transmitido através da água e alimentos contaminados, ou pelo contato com pessoas infectadas. A doença é extremamente contagiosa, podendo provocar quadros de diarreia e outros problemas gastrointestinais.

“Embora a maioria dos humanos infectados com norovírus se recupere após alguns dias desagradáveis, populações suscetíveis, incluindo adultos mais velhos, podem desenvolver quadros graves. Uma vacina, especialmente uma que seja fácil de administrar, seria um avanço importante para proteger populações de adultos mais velhos”, disseram os autores na pesquisa.

No estudo, 65 adultos entre 55 e 80 anos foram divididos em quatro grupos: baixa, média e alta dose, além de um grupo placebo. Cada participante tomou duas pílulas, com a segunda administrada 28 dias após a primeira.

A vacina se mostrou segura, sem efeitos adversos graves, e eficaz, com os participantes gerando uma forte resposta de anticorpos no sangue, saliva e secreções nasais. A imunidade nas mucosas durou até 210 dias, mostrando uma resposta duradoura.

Os resultados indicam que a vacina tem potencial para evitar infecções, eliminação viral e transmissão do vírus. Embora mais estudos sejam necessários, a Vaxart considera esse um bom começo e já anunciou o início de um novo ensaio de fase 1 para uma versão de segunda geração da vacina.

“O ensaio clínico estabeleceu que a administração oral de VXA-G1.1-NN é segura, bem tolerada e induz respostas imunes sistêmicas e mucosas robustas em adultos de até 80 anos de idade”, concluíram os pesquisadores.

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