Caso Gritzbach não está encerrado e Civil deve apurar mais, diz MPSP

São Paulo — Ao apresentarem denúncia contra seis acusados de envolvimento na morte de Vinícius Gritzbach (foto em destaque), promotores Ministério Público de São Paulo (MPSP) afirmaram que o caso não está completamente esclarecido, apesar da conclusão da Polícia Civil.

A equipe de investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontou que os integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) Emílio Gongorra Castilho, o Cigarreiro, e Diego Santos Amaral, o Didi, seriam os responsáveis por encomendar o crime. Para os promotores do Tribunal do Júri, no entanto, é possível que outros integrantes da facção, superiores na hierarquia do crime, e até policiais estejam entre os mandantes.

“Claro que não vamos aqui adiantar nomes de quem nós eventualmente desconfiamos. Seria pouco inteligente, até porque avisaríamos os nossos suspeitos e evidentemente eles cuidariam para destruir provas. […] Os grupos podem outros policiais militares? Podem. Policiais civis? Podem. Outros delatados pelo Vinícius? Podem. Podem ser pessoas relacionadas com aquela questão das joias? Também podem”, disse o promotor Rodrigo Merli em entrevista coletiva.

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Gritzbach chegou a ser preso, mas acabou liberado

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC
O delator do PCC foi preso em 2 de fevereiro deste ano em um resort de luxo na Bahia
Empresário, preso sob suspeita de mandar matar integrantes do PCC, foi solto por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Corpo de rival do PCC executado no aeroporto
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Antônio Vinícius Lopes Gritzbach voltava de uma viagem com a namorada quando foi executado na tarde de 8 de novembro, na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo

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Gritzbach chegou a ser preso, mas acabou liberado

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Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC

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O delator do PCC foi preso em 2 de fevereiro deste ano em um resort de luxo na Bahia

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Empresário, preso sob suspeita de mandar matar integrantes do PCC, foi solto por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

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Corpo de rival do PCC executado no aeroporto

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Corpo de rival do PCC morto em desembarque de aeroporto

Leonardo Amaro/ Metrópoles

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Delator do PCC foi morto no Aeroporto de Guarulhos

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Corpo de rival do PCC morto em desembarque de aeroporto

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Segundo ele, a decisão de apresentar a denúncia nesta segunda-feira (17/3) se deu para evitar que chegasse ao fim o prazo da prisão temporária dos PMs apontados como executores do crime: Denis Martins, Ruan Rodrigues e Fernando Genauro. Se isso ocorresse, eles seriam soltos.

“Nós temos que oferecer essa denúncia agora por uma questão até estritamente legal. A prisão do policial militar Fernando Genauro se encerra amanhã. E já houve uma prorrogação da prisão temporária de todos eles. A lei só permite uma prorrogação. Portanto o prazo fatal de 60 dias está se encerrando amanhã. Ou nós ofereceríamos essa denúncia agora ou continuávamos com a investigação, mas com os policiais obrigatoriamente soltos. Evidentemente nós não faríamos isso”, afirmou Merli.

“Essa pode ser uma primeira denúncia de uma série de outras. Claro, não podemos afirmar. Mas é bom que isso fique claro”, acrescentou o promotor. Outros eventuais envolvidos devem ser investigados em autos apartados.

Denunciados

Os seis denunciados nesta segunda-feira (17/3) devem responder por homicídio qualificado, com qualificadoras por motivo torpe, emprego de arma de fogo e emboscada.

A motivação seria vingança por três episódios: a morte do líder do PCC Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, em dezembro de 2021, atribuída a Gritzbach; um suposto desvio de parte de um investimento feito pela facção em criptomoedas; e o acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público de São Paulo.

Em janeiro de 2022, menos de um mês após a morte de Cara Preta, Vinícius Gritzbach foi levado por integrantes da cúpula do PCC na zona leste para um tribunal do crime em um campo de futebol. Na ocasião, ele seria julgado pelo homicídio e pelo suposto golpe milionário na facção.

Cigarreiro e Didi estavam presentes, além de importantes figuras do PCC, como Danilo Lima de Oliveira, o Tripa; Rafael Maeda Pires, o Japa; e Claudio Marcos de Almeida, o Django. Sob a promessa de entregar aos criminosos as senhas das carteiras digitais em que estavam investidos milhões em criptomoedas, Gritzbach foi libertado.

Vínculo com crime

A polícia conseguiu estabelecer o vínculo entre Cigarreiro, Didi e o assassinato de Gritzbach a partir da identificação do olheiro, que teria ficado responsável por avisar os atiradores sobre o desembarque do alvo no aeroporto de Guarulhos. Kauê do Amaral Coelho é primo de Didi.

A partir da quebra de sigilo do aparelho celular do olheiro, foram encontradas conversas com menções a Cigarreiro, com um áudio em que Kauê fala sobre um episódio em que os dois estiveram juntos.

Segundo a polícia, conversas entre vários envolvidos no esquema fazem referência a Cigarreiro como “pai”, indicando o papel de liderança no crime. Ele também estaria ligado ao endereço na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, para onde o olheiro fugiu após o crime.

A comunidade, dominada pelo Comando Vermelho (CV), tem Cigarreiro como um dos fornecedores de droga. No local, eles teriam realizado uma festa que durou dois dias para comemorar o sucesso na “missão” para matar Gritzbach.

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