Empresas se posicionam sobre ordem do CV que veta carros de app no RJ

Após denúncias de moradores das comunidades de São Mateus e Tomazinho, em São João de Meriti (RJ), na Baixada Fluminense, que não conseguem pegar transporte por aplicativo porque faccionados do Comando Vermelho (CV) criaram cooperativas e proibiram o serviço na região, empresas que oferecem esses serviços se posicionaram sobre a situação por meio de nota.

Ouça o áudio:

No texto, a Uber lamentou a situação e disse que, para aumentar a segurança de motoristas e passageiros, o aplicativo poderá impedir solicitações de viagens em áreas com “desafios de segurança pública”, em dias e horários específicos.

“A ferramenta bloqueia as viagens consideradas potencialmente mais arriscadas, a menos que o usuário forneça detalhes adicionais de identificação”, informou a empresa.

Já a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que responde pela 99, comunicou que tem acompanhado os relatos de restrições ao acesso de veículos de aplicativos em algumas regiões no Rio de Janeiro e que apoia as iniciativas do poder público para “coibir a violência e garantir a liberdade da população na escolha dos prestadores de serviços”, para exercício do direito de ir e vir.

Relembre o caso

Proibidos de circularem em território comandado pelo tráfico, motoristas e motociclistas de aplicativo, como Uber e 99, precisaram ficar atentos a cada demarcação feita pelo CV, tanto na Baixada Fluminense quanto nas zonas Norte e Oeste do Rio. O motivo é que o Comando Vermelho criou cooperativas para explorar o transporte alternativo.

A ordem é clara: quem se atrever a transportar passageiro em território controlado pelos traficantes, a pena pode ser a morte. Na “melhor” das hipóteses, o carro de trabalho pode ser fuzilado, com motorista e passageiros espancados e expostos como exemplo do que pode ocorrer com quem desacatar as ordens dos chefões da comunidade.

Recentemente, faccionados do Comando Vermelho que comandam o tráfico na cidade de São João de Meriti, nos bairros Éden, Tomazinho e São Matheus, proibiram as motos de aplicativo. Os moradores da região ou pessoas que desejam visitar parentes nas localidades podem usar apenas o serviço fornecido pela facção.

Há tempos, o Comando Vermelho deixou de priorizar o tráfico de maconha e cocaína, muito mais trabalhoso e de alto risco. A exploração territorial com o fornecimento de “bens de consumo” e “prestação de serviços”, como a entrega de gás de cozinha, o controle de sinal de internet e a gerência sobre a circulação de motos com o “app do crime” se tornaram os carros-chefes do CV, gerando lucros milionários.

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