Embaixador de Israel vai a evento com Bolsonaro e reclama de Lula

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, foi a um evento em memória do Holocausto com parlamentares de direita no Congresso Nacional, nesta terça-feira (18/3). Ao Metrópoles, o diplomata elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que discursou na cerimônia, e reclamou da posição do governo Lula sobre os novos ataques israelenses a Gaza.

Ao ser perguntado sobre a posição do governo Lula e se a proximidade com Bolsonaro significa um maior distanciamento com o Planalto, Zonshine afirmou: “Sempre prefiro ouvir coisas a favor que contra Israel. Cada governo tem sua diplomacia. Claro que as coisas mudaram, do governo anterior para este governo. Nossa embaixada tem que conviver com decisões do governo brasileiro nesse sentido”.

7 imagens

“Eles [Hamas] atiram por dentro da população, por dentro das áreas residenciais", afirmou o mbaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine
Embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine
1 de 7

Embaixador de Israel, Daniel Zonshine

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

2 de 7

Vinícius Schmidt/Metrópoles

3 de 7

Vinícius Schmidt/Metrópoles

4 de 7

Vinícius Schmidt/Metrópoles

5 de 7

“Eles [Hamas] atiram por dentro da população, por dentro das áreas residenciais”, afirmou o mbaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine

Igo Estrela/Metropoles

6 de 7

Embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine

Igo Estrela/Metropoles

7 de 7

Embaixador de Israel, Daniel Zonshine ouviu crítica de Bolsonaro a Lula

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Questionado sobre a presença de Bolsonaro e a ausência de representantes do governo Lula no evento, o embaixador se esquivou: “Esse evento fala sobre Holocausto. Minha chegada aqui foi por causa desse assunto, que a senadora Damares me convidou. É importante manter a memória do Holocausto. (…) O público precisa conhecer para evitar qualquer possibilidade de repetir essa tragédia”.

Ataque em meio a cessar-fogo

Após o fim da primeira fase de um cessar-fogo, Israel voltou a atacar o Hamas na Faixa de Gaza nessa segunda-feira (17/3). O governo brasileiro, então, convocou uma reunião do Mecanismo de Consultas Políticas Bilaterais Brasil-Palestina, com a secretária-geral do Itamaraty, embaixadora Maria Laura da Rocha, e a vice-chanceler do Estado da Palestina, Varsen Aghabekian Shahin.

Em comunicado conjunto, os dois lados condenaram os atos israelenses em meio aos esforços para implementar a segunda fase do acordo de paz. Os diplomatas também questionaram a suspensão da ajuda humanitária na região.

“[As diplomatas] Discutiram a situação na Palestina, expressaram preocupação com a fragilidade do cessar-fogo na Faixa de Gaza e condenaram violações israelenses a esse acordo, em particular a suspensão da entrada de ajuda humanitária e energia elétrica. Concordaram sobre a urgência de alcançar acordo para a cessação permanente das hostilidades, incluindo a retirada completa das forças israelenses do território, a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos detidos em violação ao direito internacional, assim como a definição de mecanismo robusto que garanta o acesso desimpedido de ajuda humanitária”, diz um trecho da nota.

Embaixador de Israel, Bolsonaro e o Iramaraty

A proximidade de Zonshine com Bolsonaro já foi alvo de questionamentos no Itamaraty do governo Lula. Eles se encontraram em maio de 2024 no Congresso, também num evento convocado com parlamentares de direita.

A agenda causou forte reação no PT, e a então presidente do partido, Gleisi Hoffmann, reclamou: “O Brasil não admite que questionem a nossa soberania. Esta é a lição que o embaixador de Israel não entendeu. O tempo da subserviência acabou junto com o mandato de Jair Bolsonaro”, afirmou a então deputada, atualmente ministra de Relações Institucionais do governo Lula.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.