Pela segunda vez em apenas cinco meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou susto a bordo do avião da Presidência da República.
Na tarde desta terça-feira (18/3), ao tentar pousar no Aeroporto Bertram Luiz Leupolz, em Sorocaba (SP), a aeronave teve de arremeter.
Trata-se de uma manobra por meio da qual o avião interrompe sua aproximação quando está prestes a pousar. Tecnicamente, a arremetida é chamada de “procedimento de aproximação perdida”.
Pouco depois, o avião com Lula fez nova aproximação e tentou pousar, desta vez com sucesso. A informação foi confirmada pelo aeroporto de Sorocaba e pela assessoria de Lula.
O procedimento é considerado seguro e normal na aviação e ocorre sempre que a aeronave precisa interromper o pouso por algum motivo.
Este não foi o primeiro incidente envolvendo o avião da Presidência. Em outubro do ano passado, uma pane na aeronave fez Lula e a comitiva que o acompanhava ficarem quase 5 horas voando “em círculos” sobre a Cidade do México, para gastar combustível e fazer um pouso seguro no Aeroporto Internacional Felipe Ángeles.
Por dentro do “Aerolula”
O avião presidencial que transporta Lula foi produzido na Alemanha e tem autonomia para voar cerca de 11 mil quilômetros. A aeronave é um Airbus A319CJ e foi montada na cidade de Hamburgo (ALE).
O “Aerolula”, como é conhecido, é avaliado em cerca de R$ 500 milhões e comporta até 45 passageiros. O avião pesa 50 toneladas e pode chegar a uma velocidade de 828 quilômetros por hora.
Na parte interna da aeronave, fica a suíte presidencial, perto do gabinete de despachos (nas proximidades das asas). A cama fica acoplada a uma das laterais do avião. Há ainda uma mesa para refeições e duas poltronas de couro reclináveis, além de uma TV.
O avião da Presidência tem instrumentos tecnológicos de defesa da Força Aérea Brasileira (FAB) para impedir o rastreamento ou a escuta de sua comunicação interna. A aeronave também tem capacidade de emitir sinais cujo objetivo é confundir possíveis agressores.
O “Aerolula” conta ainda com um sistema de comunicação que se conecta diretamente ao Palácio do Planalto, com telefones e computadores.
Usado pelo governo desde 2005
O modelo do “Aerolula” é usado pelo governo brasileiro desde 2005, ainda no primeiro mandato do petista na Presidência da República.
A aeronave foi escolhida em 2003, quatro anos depois de um incidente durante viagem do então vice-presidente da República, Marco Maciel, à China (no governo de Fernando Henrique Cardoso).
Na ocasião, o Planalto trocou os antigos aviões Boeing 707 e optou pelo fretamento de aeronaves. Em 2003, já no primeiro ano do primeiro governo Lula, o governo federal escolheu uma aeronave considerada, à época, mais moderna, segura e econômica.
Em 2023, Lula já havia manifestado à FAB sua intenção de trocar o avião presidencial por um modelo com maior autonomia de voo e que não precisasse fazer tantas paradas para abastecimento.
O presidente também gostaria que o avião oficial do governo tivesse mais espaço para convidados. Lula costuma viajar acompanhado por assessores próximos, ministros e, eventualmente, parlamentares.
Veja o momento em que o avião de Lula arremete em Sorocaba (SP):