Arquivo sobre morte de JFK expõe guerra de informação da CIA no Brasil

O governo dos Estados Unidos realizou uma campanha de propaganda no Brasil, durante a década de 60, com o objetivo de impedir a realização de um encontro sindical no Rio de Janeiro. A informação consta no novo lote de arquivos secretos sobre o assassinato do ex-presidente John F. Kennedy, que se tornaram públicos nessa terça-feira (18/3).

Em um memorando, foi revelado que membros da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), e de outras agências norte-americanas, mantiveram uma reunião informal no Subcomitê de Programas Psicológicos em Cuba para tratar do assunto. O documento é datado de 31 de dezembro de 1963,

Na reunião, os norte-americanos discutiram formas de desencorajar a realização do encontro sindical, assim como minar uma reunião da Federação Sindical Unificada para a América Latina (Cutal), prevista para acontecer em 1964.

Uma das formas de impedir o evento, descritas no documento secreto, seria “continuando as operações de propaganda negra da CIA no Brasil para sugerir o adiamento da reunião”. O trecho sugere que o governo dos EUA, naquela data, já realizava uma guerra de informação em solo brasileiro por meio da disseminação de informações falsas.

Imagem mostra memorando da CIA sobre o Brasil - Metrópoles

No campo diplomático, ao embaixador dos EUA no Brasil na época, Abraham Lincoln Gordon, foi solicitado que encontrasse pessoas do governo da Guanabara para apoiar “ações disruptivas” contra a reunião da Cutal.

Outros postos diplomáticos espalhados pela América Latina também foram incentivados a exercer pressões locais, contra delegações locais, para estimular o esvaziamento do encontro sindical.

Socialistas e comunistas

Além disso, a CIA sugeriu usar transmissões da rede estatal Voz da América para propagandas negativas contra Cuba, Alemanha Oriental e China, como forma de minar o que classificaram como “assembleia de líderes de esquerda, socialistas e comunistas”.

O trabalho de influência dos EUA no Brasil consta em uma série de documentos secretos, divulgados pelo governo de Donald Trump, sobre o assassinato do ex-presidente John F. Kennedy em 1963. A estimativa é de que aproximadamente 80 mil páginas, que ainda estava sob sigilo, sejam liberadas

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