A União Europeia (UE) deu sinalização negativa ao avanço no cessar-fogo na Ucrânia, e voltou a falar em armar, ainda mais, o país comandado por Volodymyr Zelensky.
Além disso, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse que uma trégua temporária abrirá margem para a Rússia se rearmar.
Cessar-fogo
- A possibilidade de paz na guerra da Ucrânia avançou nesta semana, após Trump e Putin conversarem por cerca de três horas.
- Depois do contato, Putin anunciou que aceitava um acordo de cessar-fogo parcial. A medida visa interromper ataques contra estruturas energéticas.
- Zelensky inicialmente aceitou a trégua temporária, e depois pediu um cessar-fogo mais amplo.
- As negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, mediadas pelos EUA, ainda estão em andamento.
Em entrevista à rede estatal RTP Notícias, de Portugal, Costa disse que a UE aprecia os esforços em busca da paz do governo de Donald Trump. Mas disse considerar que um cessar-fogo temporário, no qual os russos se fortaleçam e voltem a atacar a Ucrânia, pode ser um “erro estratégico”.
“Não basta um mero cessar-fogo, é necessário uma paz duradoura. E, para haver paz duradoura, é necessário haver condições de segurança efetivas. Se não acontecer a adesão da Ucrânia na Otan, nós precisamos encontrar alternativas para dissuadir um novo ataque da Rússia”, disse o presidente do Conselho da União Europeia. “Uma interrupção desta guerra, simplesmente para dar oportunidade à Rússia para se fortalecer e voltar a atacar, seria um erro estratégico”.
Minutos antes da declaração de Costa, o Conselho Europeu emitiu uma declaração sobre os recentes desenvolvimentos na guerra da Ucrânia, depois de uma reunião em Bruxelas, na Bélgica.
Os europeus voltaram a alinhar o discurso com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre a necessidade de uma maior assistência militar para Kiev. No comunicado, a União Europeia informou que vai manter a abordagem de “paz pela força”, para dar maiores margens de negociação para a Ucrânia.
“A União Europeia mantém sua abordagem de ‘paz pela força’, que exige que a Ucrânia esteja na posição mais forte possível, com suas próprias capacidades militares e de defesa robustas como um componente essencial. Em consonância com essa abordagem, a União Europeia continua comprometida, em coordenação com parceiros e aliados com ideias semelhantes, a fornecer mais apoio abrangente à Ucrânia e seu povo, à medida que exerce seu direito inerente à autodefesa contra a guerra de agressão da Rússia”, destaca trecho do comunicado.