Maeve Jinkings é uma das atrizes no elenco do remake de Vale Tudo, que estreia no dia 31 de março. Ela conversou com a coluna Fábia Oliveira, durante a festa de lançamento da trama, realizada no luxuoso Copacabana Palace, na zona sul do Rio, na última quinta-feira (20/3), e falou sobre o seu papel.
A artista vai dar vida à Cecília, uma advogada engajada na defesa do meio ambiente, e viverá um casal lésbico na trama com Lorena Lima. Criada em uma família de classe média no Rio de Janeiro, Cecília é irmã de Marco Aurélio (Alexandre Nero) e divide a administração de uma pousada em Paraty, na Costa Verde, com sua esposa, Laís.
Na vida real, Maeve Jinkings também namora uma mulher, a cineasta Carolina Marcowicks, com quem está desde 2022. Sobre viver na TV aberta uma relação como a que vive fora dos holofotes, a atriz destacou que é um compromisso “ainda mais visceral”.
“Eu quero ter a possibilidade de fazer os mais diversos papeis. Eu não sou só isso. Nós somos muitas coisas, cada um de nós é muita coisa. O que acontece é que o meu trabalho me dá possibilidade de viver isso no corpo. É uma grande revolução você fazer um atravessamento para o outro. Mas acho que, nesse caso, que de alguma maneira eu estou fazendo o atravessamento pros meus, pras minhas, isso tem muito poder. Tem um compromisso meu ainda mais visceral”, disse ela à coluna.
Sair da bolha
Para Maeve, essa será uma chance de “sair da bolha” em que vive. Isso porque, segundo ela, apesar de ter acolhimento em casa, essa não é a realidade para muitas pessoas da comunidade LGBTQIAPN+.
“Novela te deixa muito exposto, as pessoas confundem as coisas, elas se sentem a vontade pra falar o que elas pensam – e isso muitas vezes vem com violência… Eu, que vivo em uma pequena bolha, porque a comunidade do meu trabalho me acolhe, a minha família me acolhe, a família da minha namorada acolhe, sei que o Brasil não é isso”, pontuou ela.
E completou: “A novela entra em lugares que eu não frequento e que são violentos pra essa comunidade, que naturalizam a violência pra essa comunidade. [Viver a personagem] Tem um papel de vestir uma armadura e falar: ‘Ok, vamos lá’”, encerrou.