Mulher com câncer de intestino terminal tinha apenas 1 sintoma

Karen Kennerley, 57 anos, descobriu ter câncer de intestino em estágio avançado ao acaso. A inglesa não fazia ideia de que tinha a doença até procurar atendimento médico por um sintoma que não tinha nada a ver com o intestino.

O único sinal de que a saúde não estava bem foi o cansaço extremo, que começou em dezembro de 2022. Mas a professora de Lancashire acreditou que o problema poderia ser um reflexo da rotina intensa com o trabalho em período integral e dois filhos.

“Eu trabalhava em uma escola pequena para alunos com necessidades educacionais especiais e estava me esforçando muito na época. Estava exausta”, disse Karen em entrevista ao jornal Daily Mail.

Foto de mulher com cabeça raspada em hospital - Metrópoles
Karen Kennerley, 57 anos, faz tratamento contra câncer de intestino avançado

Diagnóstico de câncer

Depois de fazer um exame de sangue, o clínico geral relacionou a fadiga de Karen à deficiência de ferro no organismo. Mas um segundo médico recomendou que ela fizesse uma colonoscopia para descartar a hipótese de um problema intestinal sério que pudesse estar causando os sintomas.

O procedimento consiste na inserção, através do ânus, de um tubo flexível com uma câmera acoplada na extremidade, para que o médico possa analisar a mucosa do intestino grosso e a parte final do intestino delgado.

O exame acabou revelando um tumor no intestino da professora. À princípio, os médicos acreditavam não se tratar de um caso grave e indicaram uma cirurgia para a remoção da massa em maio de 2023.

A biópsia mostrou, no entanto, que Karen tinha um câncer de intestino em estágio três. O resultado dos exames anteriores foi classificado, então, como “erro de amostragem”.

“Fiquei arrasada quando falaram que meu câncer era benigno e depois me disseram que eu tinha câncer de cólon em estágio três. Houve tantas emoções. Eu estava obviamente devastada e então terrivelmente assustada”, contou.

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que o problema tenha provocado o óbito de cerca de 20 mil pessoas no Brasil apenas em 2019

O mês de março é dedicado à divulgação de informações sobre a doença. Se detectado precocemente, o câncer de intestino é tratável e o paciente pode ser curado
Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras
Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)
Doses de café pode reduzir em 30% risco de câncer de intestino
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Também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso -chamada cólon -, no reto e ânus

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que o problema tenha provocado o óbito de cerca de 20 mil pessoas no Brasil apenas em 2019

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O mês de março é dedicado à divulgação de informações sobre a doença. Se detectado precocemente, o câncer de intestino é tratável e o paciente pode ser curado

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Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras

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Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)

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Doses de café pode reduzir em 30% risco de câncer de intestino

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Os sintomas mais associados ao câncer do intestino são: sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração das fezes e massa (tumoração) abdominal

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O diagnóstico requer biópsia (exame de pequeno pedaço de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio)

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O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas

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A cirurgia é, em geral, o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor

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A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física, assim como a alimentação saudável são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino

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Além disso, deve-se evitar o consumo de carnes processadas (por exemplo salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame) e limitar o consumo de carnes vermelhas até 500 gramas de carne cozida por semana

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Karen passou por uma nova e complexa cirurgia em junho de 2023, para remover o tumor e parte do intestino grosso. O tratamento foi seguido por oito rodadas de quimioterapia.

Em março de 2024, novos exames mostraram tumores de crescimento rápido nos ovários, na parede abdominal e no fígado da professora, depois que ela foi socorrida com fortes dores e suspeita de apendicite.

Karen passou por uma histerectomia total para remover o útero e o colo uterino, mas os médicos não conseguiram remover os demais tumores.

Embora os oncologistas pudessem oferecer quimioterapia para tentar reduzir os tumores, eles disseram que isso dificilmente destruiria o câncer e passaram a oferecer o tratamento paliativo, a única opção disponível pelo sistema de saúde do Reino Unido.

Karen e o marido recorreram a uma quimioterapia especializada disponível na Alemanha, com o custo de 30 mil libras, cerca de 221 mil reais. O tratamento administra medicamentos diretamente nos vasos sanguíneos que mantêm os tumores vivos. Os primeiros resultados são positivos, mostram que os tumores diminuíram bastante.

“Fiz três rodadas e agora estou sem dinheiro. O tormento mental é horrível, a preocupação em não trabalhar, a preocupação em como vou financiar o tratamento. Estou recebendo auxílio-doença obrigatório que termina no começo de abril. Já passei por muitas coisas, mas meu tempo está se esgotando”, lamentou.

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