Advogado de Bolsonaro no STF: “Ele não participou do 8/1, repudiou”

O advogado de defesa de Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, pediu no Supremo Tribunal Federal (STF) a rejeição da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seu cliente. Vilardi abriu sua sustentação oral na Primeira Turma da Corte com a fala de que Bolsonaro foi “o presidente mais investigado do país”, desde suas falas em lives, até investigações sobre vacinas contra a Covid-19.

Vilardi negou qualquer participação de Bolsonaro em um suposto golpe contra a posse de Lula e foi além: “Eu entendo a gravidade de tudo o que aconteceu no 8 de janeiro, mas não é possível que se queira imputar a responsabilidade ao presidente da República. O colocando como líder de uma organização criminosa, quando ele não participou dessa questão do 8 de janeiro, pelo contrário, ele a repudiou”, disse.

Vilardi ainda afirmou que “nem a Polícia Federal afirmou a participação de Bolsonaro no 8 de janeiro, nem o delator que o acusou [Mauro Cid], fez qualquer relação a ele com o 8 de janeiro”, ressaltou.

Bolsonaro acompanha julgamento

Vilardi falou durante os 15 minutos destinados a ele e a cada um dos advogados dos oito denunciados pela PGR ao STF. Os ministros da Primeira Turma começaram a julgar, nesta terça-feira (25/3), se aceitam ou não denúncia da PGR sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro acompanha o julgamento do plenário. É o único denunciado a acompanhar in loco o julgamento. O presidente da Turma no STF, ministro Cristiano Zanin, reservou três sessões para a análise — duas marcadas para começarem às 9h30 e às 14h desta terça, 25 de março; e sessão extraordinária para as 9h30 de 26 de março. A análise é para saber se os integrantes do chamado “Núcleo 1” da denúncia da PGR, fatiada em cinco partes, se tornarão réus.

Núcleo 1

Esse núcleo é considerado como “central” da possível organização criminosa. Ele inclui:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha do Brasil.
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