Aliada do PCC e chefona na Bahia, Dona Maria tem preventiva decretada

São Paulo — A Justiça da Bahia decretou nessa quarta-feira (26/3) a prisão preventiva de Jasiane Silva Teixeira, conhecida como “Dona Maria”. Ela é apontada como líder da facção criminosa BDN (Bonde do Neguinho) no estado baiano e aliada do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em janeiro deste ano, ela foi presa no bairro Jardim Nossa Senhora do Carmo, na zona leste de São Paulo.

Dona Maria é investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público da Bahia (MPBA), que a denunciou no último dia 20 por crime de lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas — usando até a conta de sua filha menor de idade. O mandado de prisão foi expedido pela Vara dos Feitos Relativos a Delitos de Organização Criminosa de Salvador.

A decisão determina que ela seja transferida para a Bahia. Ela foi presa na capital paulista em razão da condenação a 14 anos de prisão pela participação no assassinato do agente penitenciário Luciano Caribé Cerqueira. Aos 34 anos, ele foi executado com 10 tiros quando voltava para casa, na manhã do dia 16 de dezembro de 2010. Quando detida, Dona Maria foi encontrada com R$ 66 mil em espécie, 10 celulares e documentos contábeis relacionados ao tráfico de drogas, ocasião em que ainda teria tentado destruir provas ao perceber a presença da polícia.

O agente morto era tido como linha dura no combate ao crime na penitenciária de Jequié, na Bahia, onde o então marido de Dona Maria, Bruno de Jesus Camilo, conhecido como “Pezão” e chefe do tráfico na região, havia ficado preso. A traficante foi responsável por ajudá-lo a arquitetar o assassinato.

De acordo com o MPBA, a prisão preventiva foi decretada para garantir a ordem pública e econômica, além de evitar que a acusada interfira na instrução criminal ou fuja da aplicação da lei.

Jasiane é a “Dama de Copas do Baralho do Crime” da Secretaria da Segurança Pública da Bahia e responde a quatro ações penais por crimes de homicídio e tráfico de drogas.

Segundo o Gaeco, ela administrava a BDN na região de Vitória da Conquista, sua cidade natal, sendo responsável pela contabilidade e dos fluxos de caixa. As investigações apontaram que ela ocultava os lucros criminosos pulverizando os recursos em contas de diversas pessoas, mediante depósitos fracionados, que retornavam para ela mesma ou para outros membros da organização criminosa sem possibilidade de rastreamento pelos órgãos de controle financeiro e de persecução penal.

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