Após Alckmin, Haddad afirma que BC ignora sazonalidades na inflação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (27/3) que o Banco Central (BC) já olha para os chamados núcleos de inflação na hora de definir a taxa básica de juros (Selic). A fala foi dada após o ministro ser questionado sobre a declaração do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que defendeu que o BC não leve em conta a inflação de alimentos e energia ao decidir sobre a Selic.

“Na verdade, o Banco Central avalia os núcleos de inflação. Muitas vezes eles consideram certa volatilidade de determinados preços. Quer dizer, avaliação, a análise dos núcleos, ele já leva em consideração efeitos sazonais, determinado comportamento em virtude de choques externos, como é o caso de condições climáticas”, afirmou Haddad.

Em seguida, ele afirmou que a metodologia da autoridade monetária vai “ao encontro daquilo que o vice-presidente imagina”.

“Isso já é feito. A avaliação de núcleos, sim. Todo relator do Banco Central tem uma análise de núcleos que é justamente para verificar exatamente o que está acontecendo com o que a gente chama de inflação, excluindo eventuais choques ou sazonalidades que podem eventualmente levar uma interpretação dos dados que não focam naquilo que mais importa para a política monetária”, completou.

O titular da Fazenda classificou como rotina do Banco Central esse tipo de avaliação dos núcleos.

Na segunda-feira (24/3), Alckmin voltou a dizer que a taxa básica de juros da economia brasileira deveria ser calculada sem inflação de alimentos e energia.

De acordo com Alckmin, é preciso “aumentar os juros naquilo que pode ter mais efetividade na redução da inflação”.

Em fevereiro deste ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 1,31%, uma alta de 1,15 ponto percentual em relação a janeiro e a maior taxa para o mês em 22 anos.

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