A confiança do comércio no Brasil recuou, em março deste ano, para o menor nível desde 2021, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O que aconteceu
- O Índice de Confiança do Comércio (Icom), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), caiu 2,4 pontos neste mês, para 83,1 pontos.
- Trata-se do menor patamar do indicador desde março de 2021, quando estava em 73,8 pontos.
- Em médias móveis trimestrais, a queda foi ainda maior, de 3 pontos, para 86 pontos.
Análise
“A confiança do comércio volta a cair em março, encerrando o primeiro trimestre em queda e com níveis próximos ao observado na pandemia. O resultado negativo continua sendo disseminado entre as principais atividades e nos horizontes temporais pesquisados”, afirma Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre.
Segundo Tobler, “a piora nas avaliações sobre a demanda no momento presente parece ter influência da queda na confiança dos consumidores e da aceleração da inflação”.
“Nesse mesmo sentido, as perspectivas de continuidade do cenário macroeconômico desafiador não parecem sugerir reversão desse cenário no médio prazo. A continuidade do aumento dos juros, pressão inflacionária e maior cautela dos consumidores devem continuar contribuindo para o nível mais baixo da confiança do varejo”, explica o economista.
Queda da confiança em 4 de 6 segmentos pesquisados
De acordo com os dados do FGV Ibre, houve queda da confiança do comércio em quatro dos seis principais segmentos do setor.
O Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 0,4 ponto, para 88,1 pontos – o menor nível desde fevereiro de 2022.
Já o Índice de Expectativas (IE-COM) baixou 4,4 pontos, para 78,8 pontos, com os quesitos que o compõem apresentando resultados no mesmo sentido. O indicador que mede as perspectivas de vendas nos próximos 3 meses caiu 6,9 pontos, para 76,8 pontos, e o que avalia as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos 6 meses baixou 1,8 pontos, para 81,5 pontos – a quinta queda consecutiva.