Marine Le Pen, líder da extrema-direita, pode se tornar inelegível e pegar 5 anos de prisão

Paris – A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, aguarda a decisão da Justiça nesta segunda-feira (31) sobre um caso de desvios de verba no Parlamento Europeu. O Ministério Público da França pediu sua inelegibilidade imediata, o que pode impedir sua candidatura à presidência em 2027. Além disso, o MP solicitou cinco anos de prisão, sendo dois em regime fechado, e uma multa de € 300 mil.

A decisão vem após um julgamento que durou dois meses em 2023. Em entrevista ao La Tribune Dimanche, Le Pen afirmou não estar preocupada, mas reconheceu que a sentença pode impactar seu partido, o Reunião Nacional (RN). “Os juízes têm o poder de definir o destino do nosso partido”, declarou.

Estratégia e tensão no partido

Apesar do tom confiante, o clima entre aliados é de incerteza. Internamente, membros do RN criticam a condução da defesa. Um deputado do partido destacou a falta de coerência na estratégia: “No início, disseram que não era um julgamento político. Agora, sugerem que é”.

Outro integrante questionou a mobilização após o julgamento: “Apenas uma entrevista na TV e uma campanha no Twitter. E só”. A presença de lideranças na audiência também é incerta. “Ninguém sabe quem estará no tribunal. O assunto simplesmente não é discutido”, afirmou um aliado.

Diante da expectativa pelo veredito, o partido marcou uma reunião no fim de semana para definir a estratégia de comunicação.

O impacto da decisão na eleição de 2027

Caso seja condenada, Marine Le Pen planeja recorrer e continuar na disputa. No entanto, aliados ponderam se um novo julgamento valeria a pena. Se a inelegibilidade for inferior a dois anos, ela poderia recuperar seus direitos políticos antes da eleição. Por outro lado, não recorrer poderia ser visto como uma aceitação de culpa.

Se a pena de inelegibilidade for de cinco anos, como pediu o Ministério Público, sua candidatura dependeria de uma reversão da sentença antes do pleito. Um aliado avaliou: “Se isso acontecer, a campanha presidencial será feita sob enorme pressão”.

Um “plano B” com Jordan Bardella?

Apesar da incerteza, Le Pen descarta desistir. “Essa hipótese não existe”, garantiu um deputado do RN. Contudo, cresce a especulação sobre um possível plano B: a candidatura de Jordan Bardella, atual presidente do partido.


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Embora os dirigentes evitem comentar o assunto, pesquisas sugerem que a opinião pública já considera essa alternativa. Segundo um levantamento do Ifop-Fiducial, 60% dos franceses acreditam que Bardella será candidato em 2027. Além disso, 43% dos entrevistados gostariam que ele disputasse, um índice superior ao de Marine Le Pen.


Entenda o caso: julgamento de Marine Le Pen

  • Acusação: Uso irregular de verbas no Parlamento Europeu.
  • Punição pedida pelo MP: 5 anos de prisão, sendo 2 em regime fechado, multa de € 300 mil e inelegibilidade.
  • Impacto político: Pode impedi-la de disputar a eleição presidencial de 2027.
  • Reação do partido: Tensião interna e possibilidade de substituição por Jordan Bardella.

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