Breque dos apps: entregadores fazem paralisação nacional nesta segunda

São Paulo — Entregadores de aplicativos organizam para a manhã desta segunda-feira (31/3) uma paralisação nacional pelo aumento na remuneração pelos serviços de entrega como o Uber Flash, Ifood e Rappi.

Os organizadores do chamado “breque dos apps” reivindicam o reajuste da tarifa mínima de entrega para R$ 10, do valor pago por quilômetro rodado para R$ 2,50, além da limitação de três quilômetros para a distância máxima rodada para entregadores de bicicleta e o fim das rotas duplas, quando os entregadores realizam mais de uma entrega na mesma rota.

A paralisação está prevista para esta segunda e terça-feiras (1º/4). Em São Paulo, há um ato marcado para as 9h desta segunda que irá sair da Praça Charles Miller, no Pacaembu, no centro da capital paulista, em direção à sede do Ifood, em Osasco, na região metropolitana.

Diego Araújo, uma das lideranças do movimento, argumenta que o objetivo da ação é “reivindicar um direito do cidadão brasileiro, do trabalhador, que hoje está sendo escravizado em plataformas digitais em nosso país”.

A expectativa é que a paralisação seja “a maior da história” e supere o movimento de 2020. Na época, a paralisação dos entregadores no contexto da pandemia da Covid-19, colocou em pauta questões como a precarização do trabalho e o vínculo entre os aplicativos e os entregadores.

O tema se tornou pauta da campanha eleitoral de 2022, sobretudo por lideranças da esquerda que reivindicam a regularização do serviço.

Em março do ano passado, o governo federal apresentou um projeto de lei (PL) em que estabelecia regras para o transporte de aplicativo. O texto, contudo, enfrentou resistência das empresas de entregas que ficaram de fora do PL.

Em contato com o Metrópoles, a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), que representa o Ifood, Uber e 99, disse que “respeita o direito de manifestação e informa que suas empresas associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores”.

Na nota, a associação diz que as empresas associadas a ela “apoiam a regulação do trabalho intermediado por plataformas digitais, visando a garantia de proteção social dos trabalhadores e segurança jurídica das atividades. Além disso, atuam dentro de modelos de negócio que buscam equilibrar as demandas dos entregadores, que geram renda com os aplicativos, e a situação econômica dos usuários, que buscam formas acessíveis para utilizar serviços de delivery”.

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