Águas subterrâneas estão secando em ritmo muito acelerado

O nível das águas subterrâneas está diminuindo nos aquíferos, formações geológicas que armazenam água doce e potável para o consumo, em ritmo acelerado desde os anos 2000, segundo pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ), na Suíça, e da Universidade da Califórnia, nos EUA. 

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A redução dessas reservas de águas, usadas tanto para o consumo quanto para a irrigação de plantações, já é um problema conhecido. No entanto, a velocidade do declínio aumentou significativamente a partir da virada do século em alguns pontos, o que tem preocupado os cientistas. 

Cerca de 35% dos sistemas aquíferos analisados sofrem, por ano, uma redução de 10 cm do nível das águas subterrâneas. Em 12% das formações, a água está secando tão rápido que o nível baixou 50 cm, segundo estudo publicado na revista Nature.


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Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram o nível das águas subterrâneas de aproximadamente 1,7 mil sistemas aquíferos. No total, 40 países foram considerados na análise, incluindo o Brasil.

“Sumiço” das águas subterrâneas

Segundo os autores, um dos motivos que explica a queda acelerada dos níveis das águas subterrâneas em regiões áridas é o uso excessivo para a agricultura. Nesses casos, grandes quantidades são retiradas para irrigar plantações, como é observado em partes da Califórnia (EUA), mas não há reposição.

Em alguns países, a agricultura pode contribuir com a redução do nível das águas substerrâneas (Imagem: James Baltz/Unsplash)

Em alguns aquíferos, a queda no nível da água está relacionado com as mudanças climáticas. Se houver uma redução duradoura na ocorrência das chuvas, os aquíferos vão precisar de mais tempo para encher, o que pode estar em desacordo com o consumo humano.

Nos pontos críticos, é preciso lembrar que o esgotamento dos aquíferos afeta a segurança hídrica e alimentar, além de causar alterações nos rios locais. De forma geral, o acesso à água potável fica limitado. 

Boas notícias para a preservação

Por outro lado, “o estudo também traz boas notícias”, destaca Débora Perrone, professora da Universidade da Califórnia e uma das autoras do estudo, em nota. “Os aquíferos se recuperaram em locais onde houve mudanças políticas ou onde fontes alternativas de água estão disponíveis para uso direto ou para recarga do aquífero”, detalha.

Entre os exemplos, está o aquífero de Genebra, que abastece uma população de 700 mil pessoas. Entre os anos de 1960 e 1970, o nível caiu drasticamente, já que o bombeamento era feito de forma descontrolada. Isso fez com que alguns poços secassem totalmente.

Com a implementação de legislações específicas e uma estratégia pontual de reabastecimento artificial dessa reserva de águas subterrâneas, foi possível recuperar parcialmente o aquífero. Agora, medidas como essa precisam transbordar para outros países.

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