Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) afirmou a aliados que ainda avalia ida à manifestação em defesa ao projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. Um ato foi convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para este domingo (6/4), na Avenida Paulista, em São Paulo (SP).
Como mostrou o Metrópoles, Caiado e Bolsonaro voltaram a conversar após um longo hiato. Eles se falaram após a manifestação pela anistia realizada por Bolsonaro no Rio de Janeiro no dia 16 de março. O governador de Goiás não compareceu, mas compartilhou vídeo defendendo a proposta. O gesto agradou o ex-presidente, que agradeceu.
Um dos organizadores do evento, o pastor Silas Malafaia afirmou ao portal que não distribuiu convites, mas que qualquer autoridade será bem-vinda à manifestação e poderá subir ao palco que será erguido na Paulista. No último ato, autoridades discursaram ao lado de Bolsonaro.
“Não há convite, quem quiser aparece. Sei, porque converso com eles, que o governador [Tarcísio de Freitas] e o prefeito [Ricardo Nunes] de São Paulo estarão. Estou ouvindo que Zema e Caiado estarão. Se forem, sobem no caminhão”, afirmou o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Procurada, a equipe do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), não afirmou se há ou não expectativa de comparecimento ao evento. Assim como Caiado, o gestor mineiro é cotado como pré-candidato à Presidência da República.
Bolsonaro tem afirmado que será o candidato da direita ao Planalto em 2026. O ex-presidente está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas tem garantido a aliados que conseguirá reverter sua situação no próximo ano, quando o ministro Cássio Nunes Marques assume a corte. O magistrado chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) por sua indicação.
Por isso, o ex-presidente demonstrou irritação com a ideia do lançamento da pré-candidatura de Caiado à Presidência. Os dois eram aliados no início do governo passado, mas começaram a se distanciar por discordâncias sobre a pandemia de covid-19. O goiano era um defensor das medidas sanitárias.
A relação azedou de vez quando Caiado passou a se colocar como uma alternativa para candidatura da direita à Presidência. Os dois também viveram um embate nas eleições municipais. Mas a ligação após a manifestação da anistia deixou aliados de ambos entusiasmados com uma possibilidade de reaproximação entre os dois.
Anistia
O projeto para anistia dos envolvidos no 8 de janeiro está parado na Câmara. Aliados de Bolsonaro tentam convencer o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautá-lo diretamente em plenário. A base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articula contra.