Integrantes do Itamaraty avaliam que o projeto que permite ao governo Lula retaliar os Estados Unidos caso Donald Trump imponha um “tarifaço” ao Brasil é “necessário” dentro do cenário internacional atual.
Nas palavras de um diplomata do alto escalão do Itamaraty, a proposta, aprovada por uma comissão do Senado nesta terça-feira (1º/4), é “necessária para o Brasil se defender de medidas unilaterais, venham de onde vierem”.
Como a coluna noticiou mais cedo, bolsonaristas se uniram a governistas para aprovar o projeto de forma unânime na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, presidida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Entenda o que aconteceu
- O projeto aprovado na CAE do Senado prevê as situações em que o país poderá aplicar retaliações a países ou blocos econômicos, e as medidas que poderão ser tomadas.
- A proposta ganhou tração em meio às discussões sobre o chamado tarifaço, imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos externos.
- O presidente dos EUA anunciou que esta quarta-feira (2/4) será o “dia da libertação”, quando deve anunciar um novo “tarifaço” – que, segundo ele, libertará a economia dos Estados Unidos de inimigos e até de amigos.
A proposta foi relatada pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura do governo Bolsonaro. Ela própria chancelou o texto, que permite ao governo Lula adotar reciprocidade em relação a sobretaxas estrangeiras.
Planalto quer esperar novo anúncio de Trump
Integrantes do Palácio Planalto, por sua vez, afirmam que o governo retende aguardar a proposta a ser anunciada por Trump na quarta-feira (2/4) sobre as tarifas antes de decidir uma reação.
A avaliação no Planalto é de que, no momento, o governo federal deve continuar com discurso cauteloso e com portas abertas para negociação com o país americano.