Justiça estende prisão de dono de charrete que matou mulher no litoral

São Paulo — A Justiça decidiu por prorrogar a prisão temporária de Rudney Gomes Rodrigues, de 31 anos, preso desde o último sábado (29/3) por ter atropelado e matado Thalita Rochino, de 37 anos, com uma charrete, em uma praia de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo.

Rudney havia sido preso temporariamente por cinco dias. O período foi renovado e agora ele ficará detido até pelo menos a próxima segunda-feira (7/4).

Ao Metrópoles, José Miguel da Silva Júnior, um dos advogados do suspeito, afirmou que a decisão de manter o cliente preso é ilegal e sem fundamento.

“Isso [prisão] é uma patente ilegalidade. Ele colaborou, socorreu, ou seja, não tem fundamento para essa prisão temporária e nós ingressamos hoje com a liberdade provisória dele”.

O advogado ainda afirmou que o Ministério Público do estado (MPSP) se manifestou contrário a soltura de Rudney.

A defesa aguarda a decisão da Justiça em relação ao pedido de liberdade provisória e afirmou que caso a investida seja recusada, formulará um habeas corpus perante a Corte.


Prisão

  • Rudney foi preso no último sábado (29/3), seis dias após o ocorrido, depois de ser localizado por policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) em uma casa na Vila Mirim, em Praia Grande.
  • Na ação policial, os agentes encontraram o cavalo e a charrete no bairro Ribeirópolis, no mesmo município. O suspeito foi encaminhado à Cadeia Pública.
  • Em depoimento prestado na última segunda-feira (1°/4), Rudney contou às autoridades que estava conhecendo a égua que conduzia na charrete no momento do atropelamento.

Morte de ciclista

Thalita foi atropelada por volta das 11h45 do último dia 23 de março, enquanto passeava de bicicleta junto a uma amiga pela faixa de areia de uma praia de Itanhaém.

A charrete envolvida no atropelamento era conduzida por Rudney. Ele foi o autor do primeiro boletim de ocorrência (B.O.). No documento, o condutor disse que passava pela faixa de areia da praia quando viu uma pessoa à esquerda e desviou. Foi nesse momento que a ciclista, que vinha pelo lado direito, teria cruzado na frente da charrete, “ocasionando uma colisão frontal”.

Rudney contou ainda que seguiu por cerca de 100 metros adiante para prender o cavalo. A esposa dele teria prestado socorro à vítima. O atropelador voltou ao lugar do acidente e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Thalita foi socorrida, mas morreu dois dias depois.

Em boletim de ocorrência registrado posteriormente pela amiga que acompanhava a vítima, a testemunha contou que viu dois carros e duas charretes em alta velocidade. Ela afirma que tentou avisar Thalita sobre a vinda dos veículos, enquanto desviava o próprio caminho, porém, escutou um som alto de batida na sequência.

Segundo o documento, a amiga contou que, na sequência, avistou Thalita caída no chão com “hemorragia no crânio” e a bicicleta retorcida, com o pneu estourado. A mulher conta que os envolvidos na corrida retornaram ao local para prestar socorro e que fizeram questão de colocar a vítima no carro e lavá-la para a UPA de Itanhaém, já que a ciclista “corria risco de vida”.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso é investigado como homicídio por meio de inquérito policial e as investigações analisam imagens, realizam oitivas de testemunhas e “demais diligências” para esclarecer o ocorrido.

Faixa de areia

Um dia antes da prisão de Rudney, a Prefeitura de Itanhém instalou uma faixa de areia com pedras para impedir a passagem de veículos e charretes dentro dos limites de Itanhaém.

“A Administração Municipal está analisando mudanças na legislação municipal para endurecer as penalidades contra práticas irregulares nas praias da cidade”, disse a administração municipal.

Ainda de acordo com o órgão, uma reunião conjunta entre representantes das prefeituras de Itanhaém e de Peruíbe, além das polícias Militar e Civil, aconteceu na última segunda-feira (1°/4) para tratar da fiscalização do local.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.