Ainda na “ressaca” do anúncio da nova rodada de tarifas comerciais pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o dólar operava em forte alta na manhã desta sexta-feira (4/4), última sessão do mercado nesta semana.
O que aconteceu
- Às 9h21, a moeda norte-americana avançava 1,97% e era negociada a R$ 5,74.
- Na véspera, o “day after” do tarifaço de Trump, o dólar fechou em forte baixa de 1,23%, cotado a R$ 5,628.
- Foi o menor valor da moeda dos EUA em 6 meses, desde outubro do ano passado.
- Com o resultado, o dólar acumula perdas de 1,35% no mês e 8,92% no ano.
O mundo pós-tarifaço
Nesta sexta-feira, os mercados brasileiro e internacional seguem repercutindo os impactos das duras tarifas comerciais impostas pelos EUA sobre produtos importados de diversos países do mundo, inclusive o Brasil.
O temor entre os investidores é o de que a nova rodada de barreiras comerciais anunciada pela Casa Branca deflagre uma guerra comercial global, com consequências econômicas imprevisíveis.
Por outro lado, no caso do Brasil, o país ficou na lista dos menos taxadas pelos EUA, o que, diante da expectativa inicial, é um fato considerado positivo pelos investidores.
Há também quem acredite que, diante de taxações maiores em outros países, o Brasil possa se beneficiar, com chance de ganhar novos mercados.
Analistas consultados pelo Metrópoles desde a última quinta-feira (3/4) falavam em uma situação “menos pior” do Brasil em relação a outros países que foram alvo de taxas muito mais duras por parte do governo norte-americano.
De acordo com o anúncio da Casa Branca, o Brasil está entre os países menos taxados por Trump, com uma taxa linear de 10%. Entre as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, a de 10% imposta para o Brasil é a mais baixa, junto com as também impostas para países como Reino Unido, Cingapura, Chile, Austrália e Turquia.
A primeira medida anunciada por Trump no dia de tarifaço foi a taxação de 25% em cima de automóveis. Ao anunciar as tarifas, o presidente norte-americano mencionou produtos da União Europeia (UE), Austrália, China, Japão e outros parceiros comerciais.
Os principais índices das bolsas de valores pelo mundo sofreram perdas históricas no pregão de quinta-feira. Na Ásia e na Europa, a maioria dos mercados fechou no vermelho e, nos EUA, as bolsas amargaram o pior resultado desde 2020, no primeiro ano da pandemia de Covid-19.
“Payroll” nos EUA
O principal destaque da agenda econômica nesta sexta-feira é a divulgação dos dados do relatório mensal de empregos dos EUA, o chamado “payroll”.
Além disso, há previsão de um discurso do presidente Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), Jerome Powell, que pode dar indicações sobre os próximos passos da autoridade monetária em relação à trajetória da taxa básica de juros no país.
A expectativa média dos analistas do mercado é que os EUA registrem a criação de cerca de 135 mil empregos fora do setor agrícola em março, uma queda na comparação com o mês anterior (151 mil em fevereiro).
Bolsa de Valores
As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
No dia anterior, marcado pela queda generalizada das principais bolsas pelo mundo após o tarifaço de Trump, o Ibovespa fechou praticamente no zero a zero, em leve baixa de 0,04%.
Com o resultado, o indicador acumula alta de 0,67% em abril e 9,03% em 2025.