Petróleo despenca 8% e caminha para menor valor desde a pandemia

Em meio ao pânico que tomou conta dos mercados desde o anúncio do “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os preços do petróleo despencam nesta sexta-feira (4/4), indicando mais um dia de forte desvalorização.


O que aconteceu

  • A cotação internacional do petróleo chegou a recuar 8% nesta sexta. Analistas já projetam que as cotações podem cair para o menor valor de fechamento desde 2021, no auge da pandemia de Covid-19.
  • Por volta das 9h40 (pelo horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo tipo Brent, referência para o mercado internacional, tombavam 6,77% e eram negociados a US$ 65,39 por barril.
  • Já os futuros do petróleo bruto dos EUA, o WTI, referência do mercado norte-americano, recuavam 7,33%, cotados a US$ 62,04.
  • Nas negociações de pré-mercado da Bolsa de Nova York, os recibos de ações (ADRs) da Petrobras caíam cerca de 5%.

O mundo pós-tarifaço

Nesta sexta-feira, os mercados brasileiro e internacional seguem repercutindo os impactos das duras tarifas comerciais impostas pelos EUA sobre produtos importados de diversos países do mundo, inclusive o Brasil.

O temor entre os investidores é o de que a nova rodada de barreiras comerciais anunciada pela Casa Branca deflagre uma guerra comercial global, com consequências econômicas imprevisíveis.

Por outro lado, no caso do Brasil, o país ficou na lista dos menos taxadas pelos EUA, o que, diante da expectativa inicial, é um fato considerado positivo pelos investidores.

Há também quem acredite que, diante de taxações maiores em outros países, o Brasil possa se beneficiar, com chance de ganhar novos mercados.

Analistas consultados pelo Metrópoles desde a última quinta-feira (3/4) falavam em uma situação “menos pior” do Brasil em relação a outros países que foram alvo de taxas muito mais duras por parte do governo norte-americano.

De acordo com o anúncio da Casa Branca, o Brasil está entre os países menos taxados por Trump, com uma taxa linear de 10%. Entre as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, a de 10% imposta para o Brasil é a mais baixa, junto com as também impostas para países como Reino Unido, Cingapura, Chile, Austrália e Turquia.

A primeira medida anunciada por Trump no dia de tarifaço foi a taxação de 25% em cima de automóveis. Ao anunciar as tarifas, o presidente norte-americano mencionou produtos da União Europeia (UE), Austrália, China, Japão e outros parceiros comerciais.

Os principais índices das bolsas de valores pelo mundo sofreram perdas históricas no pregão de quinta-feira. Na Ásia e na Europa, a maioria dos mercados fechou no vermelho e, nos EUA, as bolsas amargaram o pior resultado desde 2020, no primeiro ano da pandemia de Covid-19.

Retaliação da China

Em escalada ao que pode vir a ser uma guerra comercial sem precedentes, a China anunciou nesta sexta-feira que vai impor uma tarifa de 34% sobre produtos norte-americanos importados, além das tarifas já existentes.

A medida é uma retaliação a Trump, que anunciou uma taxa de 34% contra produtos chineses, que entrarão em vigor no sábado (5/4).

A nova taxa se somará a uma tarifa já aplicada de 20% especificamente a produtos chineses. Ou seja, no total, os produtos chineses vão pagar 54%.

A reação de Pequim aumenta ainda mais as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. A tarifa chinesa entrará em vigor a partir de 10 de abril, de acordo com o Conselho de Estado, o gabinete da China.

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