Apesar de famosas, as Sete Maravilhas do Mundo Antigo são bastante misteriosas. Muito do que sabemos sobre esses monumentos (que não existem mais) vem de mitos e tradições locais. De concreto, temos pouco sobre a construção. Contamos, entretanto, com pesquisas arqueológicas que revelam alguns segredos de partes da história humana.
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A Pirâmide de Quéops
Também chamada de Grande Pirâmide de Gizé, a imponente obra é a única das maravilhas ainda em pé e majoritariamente intacta. Sendo a maior do trio de pirâmides da Necrópole de Gizé, sua construção começou em cerca de 2.560 a.C. e levou entre 10 e 20 anos. O responsável, segundo relatos, foi Hemiunu, vizir do faraó Quéops, que ordenou o projeto.
As pedras teriam sido empilhadas com facilidade, mas, à medida que foi crescendo, trabalhadores começaram a utilizar sistemas de rampas feitos com troncos e cordas.
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Alguns especialistas acreditam que as rampas teriam sido internas, enquanto outros creem na hipótese de estarem do lado de fora. Há, ainda, a versão que aposta em uma rampa única, em um dos lados. Sabe-se, contudo, que cem mil construtores trabalharam, pagos com comida e cerveja. Pesquisas recentes mostram que um fluxo já extinto do Rio Nilo passava próximo, indicando que os blocos de pedra (2,3 milhões), chegaram por via fluvial.
A Estátua de Zeus
Com mais de 12 metros, a Estátua de Zeus, em Olímpia, foi construída em cerca de 435 a.C. Na cidade, gregos antigos realizavam as olimpíadas. A escultura foi encomendada pelo então governante de Atenas, Péricles, ao escultor Fídias (famoso pelas suas habilidades), e era composta de madeira com placas de marfim e paineis de ouro. Reproduzia Zeus sentado num trono de cedro, com ornamentos em ébano, marfim e pedras preciosas.

Uma escada em espiral levava a uma galeria no pé-direito do templo, de onde se podia ver a águia no topo do cetro, símbolo de poder. A ostentação, contudo, teve um fim trágico: a obra, que foi levada a Constantinopla em 394 d.C., queimou em um incêndio em 462 d.C.
O Mausoléu de Halicarnasso
Pronto em 321 a.C., o Mausoléu de Halicarnasso foi tão importante que levou à criação e ao uso do próprio termo mausoléu como um grande túmulo. Com 45 metros de altura, teve a construção ordenada por Mausolo, um sátrapa (governante das províncias gregas, as também chamadas satrapias) da Cária, que escolheu a Halicarnasso como sua capital.

Mausolo morreu em 353 a.C., sem ver o túmulo pronto. Sua irmã e esposa Artemísia II seguiu com a construção (também morrendo dois anos depois, mas antes do término). Foram os operários que terminaram o monumento funerário, que incluía três pisos. No primeiro, havia esculturas em alto-relevo de uma batalha; no segundo, cenas cotidianas; no terceiro, de caça a animais; no topo, 36 colunas erguiam-se até o teto, com estátuas de Mausolo e Artemísia. Uma quadriga puxava os líderes acima da pirâmide com um terço da altura final.
O monumento foi sendo demolido a partir do século XV para a construção de castelos, mas já era descrito como uma ruína. Em 1522, ocorre a demolição completa, mas há restos presentes no Museu Britânico, em Londres, e em Bodrum (antiga Halicarnasso), na Turquia.
O Templo de Ártemis
Construído em Éfeso, na Grécia, no século VI a.C., o Templo de Ártemis tinha 127 colunas de mármore de 20 metros, homenageando a deusa da caça e dos animais selvagens. Na arquitrave (um grande triângulo no frontão) esculturas mostravam amazonas míticas armadas, aparentando uma invasão.

O local contava com uma estátua de Ártemis com 15 metros feita de ouro, ébano e prata, ostentando inúmeros seios em sinal de fertilidade. Reconstruído após um incêndio em 356 a.C., o templo foi destruído em 262 d.C. pelos godos (povo germânico). Atualmente, há apenas uma coluna em pé, após restauração.
O Colosso de Rodes
Com 33 metros de altura e feito de bronze, o Colosso de Rodes homenageava Hélios, o deus-titã do Sol na mitologia grega, e ficava na ilha de mesmo nome. Há controvérsias, porém, sobre a localização. Relatos contam que teria sido feita no porto, mas há quem diga que ficava sobre uma colina. A cabeça, provavelmente, tinha raios solares, mas não há muitos detalhes. A obra sobreviveu por poucas décadas, ruindo num terremoto em 226 a.C.

Sua construção foi iniciada em 292 a.C. (até 280 a.C) e derivou do conflito entre sucessores de Alexandre, o Grande, que herdaram satrapias do monarca. Ptolemeu I do Egito impediu uma invasão de Demétrio, um dos sátrapas, a Rodes. Em agradecimento, os moradores da ilha venderam os equipamentos militares abandonados pelos derrotados e usaram o dinheiro para financiar a obra. Feito pelo escultor Chares, o monumento foi erguido em um pedestal de mármore de três metros de altura e 18 metros de diâmetro.
O Farol de Alexandria
Construído entre 280 a.C. e 247 a.C., ficava na ilha de Faros, em frente à cidade de Alexandria. A obra foi ideia de Ptolemeu I (mesmo de Rodes), e concluída por seu filho.

A base do Farol de Alexandria era quadrada, com uma torre em três partes. A primeira era um grande retângulo; enquanto, a segunda, octogonal, e, a terceira, cilíndrica. Uma fogueira no topo refletia as chamas para grandes espelhos de bronze que iluminavam o porto. Com 134 metros, o alcance do farol era de 50 km. No topo, havia uma estátua – de Zeus ou de Poseidon. A massa dos blocos alvenaria levava chumbo derretido para aguentar as ondas.
Grandes terremotos registrados causaram danos nos anos de 956 d.C.,1303 e 1323. Em 1480, o restante foi usado para construir uma fortaleza e há restos no fundo do Mar Mediterrâneo. Sua importância rendeu ao local — Ilha de Faros — a origem da palavra “farol”.
Os Jardins Suspensos da Babilônia
Terminamos a lista com a mais enigmática das Sete Maravilhas do Mundo Antigo: os Jardins Suspensos da Babilônia. Não há relatos confiáveis sobre a forma ou localização.
A obra teria sido ideia de Nabucodonosor II, segundo imperador neobabilônico, no século VI a.C, para agradar a esposa Amytis, do reino da Média (atual Irã), que sentia falta de verde. Canais traziam a água do rio Eufrates, regando as plantas e refrescando o local. Teria sido feito com tijolos de argila e decorações azuis, impermeabilizado com junco, piche e chumbo

Há algumas teorias; a primeira prega que os relatos romanos e gregos seriam ficcionais; a segunda que os jardins eram na Babilônia mesmo (atual Iraque), mas foram destruídos no século I d.C; e uma terceira coloca os jardins em Nínive, conhecida como Nova Babilônia.
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