Envolvido no laudo falso sobre Guilherme Boulos (PSol) divulgado por Pablo Marçal (PRTB) nas eleições de 2024, o biomédico Luiz Teixeira da Silva Júnior visitou recentemente um ministério do governo Lula.
No dia 27 de março, Teixeira postou em seu Instagram registros de sua visita ao Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. Na legenda, disse estar fazendo “mais uma visita oficial” à pasta.
O biomédico não deu detalhes sobre o que foi fazer no Itamaraty. Em suas redes, ele costuma postar fotos de sua atuação como suposto agente diplomático da saúde pelo Chipre, pequeno país localizado no mar Mediterrâneo.
Procurado, o Itamaraty informou que o nome de Teixeira não consta nas agendas oficiais recentes das autoridades da pasta. O órgão informou, porém, que o biomédico pode ter entrado como visitante.
No mesmo dia em que postou imagens suas no Itamaraty, Teixeira publicou imagens com o atual presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), e do embaixador do Chipre, Vasilios Philippou.
A visita a Prado ocorreu em 19 de março, segundo a agenda do presidente da Alesp. Como a coluna noticiou em 2024, Teixeira se gabava de ter recebido elogios públicos de alguns políticos, entre eles, o ministro Márcio França (PSB).
O envolvimento do biomético
Teixeira é dono da clínica que supostamente teria emitido o laudo falso apontando que Boulos teria usado cocaína. O documento foi divulgado por Marçal nas vésperas do primeiro turno de 2024.
Na ocasião, o biomédico chegou a apagar suas redes sociais, nas quais era possível ver sua proximidade com Marçal. Em nota, ele negou a participação na elaboração do laudo e afirmou que Boulos nunca esteve em sua clínica.
Além do laudo falso na eleição, Teixeira já teve outros problemas com a Justiça. Como mostrou o Metrópoles, ele foi condenado em 2021 por usar documentos falsos para obter registro profissional de médico.
O biomético também chegou a ser investigado pela Polícia Civil por um suposto golpe milionário na compra de uma mansão que pertencia ao sobrinho do atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).
O caso foi denunciado pelo advogado que representou Othon Cesar Ribeiro, sobrinho de Alckmin, na transação do imóvel por R$ 4,3 milhões.
Segundo o defensor do empresário, o biomédico teria usado laranjas para adquirir a mansão, deu calote na compra, e o bem ainda foi repassado para outros testas de ferro.
