Com apenas 635g, bebê desafia a medicina e tem alta em Florianópolis

O pequeno Noah, bebê prematuro que nasceu com 635 gramas em outubro de 2024, se tornou o primeiro com gestação de apenas 23 semanas e 5 dias a receber alta na Maternidade Carmela Dutra, em Florianópolis. A vitória foi comemorada pela família e pelos profissionais de saúde.

Bebê prematuro recebe alta em Florianópolis após cinco meses na UTI Neonatal

Bebê prematuro que nasceu de 23 semanas recebeu alta após cinco meses internado – Foto: Leo Munhoz/Secom SC

Quanto menor a idade gestacional, mais baixa é a chance de sobrevivência do bebê prematuro. Segundo a ONG Prematuridade.com, apenas 15% a 40% dos nascidos de 23 semanas sobrevivem.

Além disso, cerca de 20% a 35% dos sobreviventes têm deficiências graves, como paralisia cerebral, deficiência intelectual grave, cegueira e surdez. Entre 25% e 40% podem ter deficiências leves a moderadas, tais como formas sutis de deficiência visual, asma crônica, dificuldades de aprendizagem e transtorno de déficit de atenção.

Bebê prematuro nasceu de 23 semanas, pesando somente 635 gramas

O pequeno Noah nasceu pesando somente 635 gramas em Florianópolis – Foto: Leo Munhoz/Secom SC

O tratamento de Noah mobilizou uma equipe multidisciplinar e contou com a consultoria de especialistas de fora do país. Gean Carlo da Rocha, chefe do Serviço de Neonatologia da Maternidade Carmela Dutra, afirma que a situação é incomum:

“No caso do Noah, a evolução dele foi um dia após o outro. Para toda a equipe multidisciplinar que participou dos cuidados, foi um grande desafio e um aprendizado constante. Agora, com esse desfecho favorável, além de tudo isso, sentimos orgulho por termos conseguido entregar à família o Noah em uma condição de saúde positiva”.

‘Lutou desde que nasceu’: mãe celebra alta de bebê prematuro em Florianópolis

Dheryolynny Silva Campos é mãe de primeira viagem e acompanhou Noah na UTI Neonatal por cinco meses, até o bebê prematuro receber alta no dia 6 de março, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

Dheryolynny Silva Campos com o filho Noah

Mãe de primeira viagem, Dheryolynny Silva Campos pôde ir para casa com o filho em 6 de março – Foto: Leo Munhoz/Secom SC

“Foi um momento bastante vulnerável. Os profissionais foram essenciais, o que eles fazem pela saúde dos bebês é incrível. O fato também de acolherem as mães, dar apoio, inclusive psicológico, é grandioso. A gente não perde o medo, mas aprende a enfrentar com mais serenidade”, afirma.

“Para eles, é a profissão. Para nós, é salvar vidas. O Noah mostrou que queria estar aqui, lutou desde que nasceu para ficar aqui”, completa.

A Carmela Dutra atende cerca de 300 recém-nascidos por ano na UTI Neonatal. O trabalho da equipe médica se empenhou em garantir que Noah deixasse a maternidade com o mínimo de sequelas.

“Trabalhar com um bebê prematuro assim exige cuidado, menos manipulação e mais atenção. Para isso, é preciso foco de toda a equipe, um trabalho em conjunto mesmo. Todos tivemos que aprender, pois se trata de um paciente diferenciado. Fizemos o possível para que tudo desse certo, e deu”, conclui Susian Cássia Liz Luz, enfermeira chefe da UTI Neonatal.

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