
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, decidiu deixar a pasta nesta terça-feira (8), conforme apurou a RECORD com fontes próximas a ele. Mais cedo, o ministro foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal Federal), na investigação sobre desvio de recursos públicos destinados a obras da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).

Ministro Juscelino Filho pediu demissão após denúncia da PGR – Foto: José Cruz/Agência Brasil
A denúncia foi direcionada ao gabinete do relator do caso, ministro Flávio Dino, segundo apurado pelo R7. A defesa do ministro divulgou nota negando as denúncias.
Juscelino, que é do União Brasil, almoçou com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o presidente do partido, Antônio Rueda nesta terça. A sigla, no entanto, alega que o encontro estava marcado desde a semana passada e que, portanto, não teve a ver com a denúncia da PGR.
Entenda denúncia da PGR contra Juscelino Filho
O inquérito apura supostos desvios em emendas destinadas à pavimentação de ruas em Vitorino Freire (MA), cidade administrada pela irmã do ministro, Luanna Rezende. Ela chegou a ser afastada do cargo, mas retomou o mandato após decisão do STF.
Segundo apuração da Polícia Federal, Juscelino Filho teria atuado para beneficiar uma empreiteira vinculada a políticos e apontada como parte de um suposto cartel envolvido em fraudes. As verbas em questão foram destinadas por meio de emendas parlamentares quando o ministro exercia mandato de deputado federal.

Juscelino Filho ocupava a pasta desde o início do terceiro mandato presidencial de Lula – Foto: Secom/GovBr/ND
O relatório da PGR apontou que o ministro da Comunicação de Lula teria praticado os seguinte crimes:
- Organização criminosa;
- Lavagem de dinheiro;
- Corrupção passiva.
Outras mudanças na Esplanada
O ministro Juscelino Filho estava à frente das Comunicações desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Juscelino Filho é o oitavo ministro a sair da gestão do petista neste governo.
Paulo Pimenta, que comandava a Secom (Secretaria de Comunicação da presidência) foi demitido em janeiro deste ano, após críticas de Lula à condução da comunicação do Executivo. Ele foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira, responsável pela campanha do presidente em 2022.
Em fevereiro deste ano, o petista demitiu Nísia Trindade do Ministério da Saúde e indicou Alexandre Padilha para substituí-la. Ele era o titular das Relações Institucionais e, com a ida para a Saúde, a pasta responsável pela articulação política do governo com o Legislativo foi assumida por Gleisi Hoffmann.

Paulo Pimenta deixou a Secom (Secretaria de Comunicação da presidência) em janeiro de 2025 – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil/Reprodução/ND
O primeiro a deixar o governo foi Gonçalves Dias, em abril de 2023. Ele chefiava o GSI e pediu demissão depois de imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto mostrarem que ele estava no prédio quando a sede do Executivo foi palco de atos de vandalismo em 8 de janeiro.
Em julho do mesmo ano, a então ministra do Turismo, Daniela Carneiro, entregou o cargo, após disputas internas no partido do qual faz parte, o União Brasil. Ela, que é deputada federal, retornou à Câmara e é vice-líder do governo no Congresso.
Dois meses depois, foi a vez de Lula demitir Ana Moser, que comandava o Ministério do Esporte. A decisão do presidente fez parte de um movimento para aumentar o espaço do Centrão no governo federal. A pasta do Esporte foi entregue ao PP.
Na mesma tacada, o petista deu o Ministério dos Portos e Aeroportos ao Republicanos e criou mais uma pasta federal na Esplanada, o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, para acomodar Márcio França, que estava à frente dos Portos e Aeroportos.
Em fevereiro de 2024, Flávio Dino deixou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para assumir uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele foi substituído por Ricardo Lewandowski. Em setembro do mesmo ano, Sílvio Almeida foi demitido por Lula depois de denúncias de assédio sexual.
*Com informações do R7.