Após um grupo de médicos ser alvo da Operação Toque de Midaz da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que investiga a formação de um cartel no setor de anestesiologia, o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) se pronunciou sobre o asunto.
Por meio de nota, o órgão afirmou que acompanha atentamente todos os casos denunciados, seja no próprio Conselho ou por meio de relatos à imprensa. “Após o recebimento das denúncias, são instauradas sindicâncias para a devida apuração dos fatos, as quais podem ou não resultar na abertura de um processo ético-profissional.”
No texto, o CRM destacou que os processos tramitam sob sigilo, garantindo a confidencialidade e a imparcialidade das investigações.
“O CRM-DF esclarece ainda que as esferas criminal, civil e administrativa atuam de forma independente, o que significa que as decisões tomadas em uma dessas instâncias podem ser distintas das adotadas nas demais. Isso reflete a autonomia e a diversidade de critérios utilizados em cada âmbito de julgamento.”
Conforme informações da polícia, o grupo investigado seria formado por médicos ligados a uma cooperativa que domina o mercado de anestesias no DF. Segundo as autoridades, a atuação dos suspeitos envolvia práticas anticompetitivas e intimidação de profissionais que não seguiam suas diretrizes.
Entre os métodos de coerção relatados, estão ameaças de descredenciamento, exclusão da cooperativa e até pressão física e psicológica contra anestesiologistas independentes.
Após as afirmações, a cooperativa apontada como sendo a do grupo investigado compartilhou uma nota oficial. “Nunca houve e não há cartel ou qualquer outra irregularidade ou ilegalidade
por parte da Coopanest-DF e seus diretores.”
A defesa também acrescentou que “comprovará, mais uma vez, a integral regularidade e o compromisso ético dos trabalhos prestados aos seus cooperados por mais de 40 anos.”
Investigações
A apurações apontam que o grupo mantinha controle exclusivo sobre equipes médicas em hospitais estratégicos, dificultando a entrada de novos profissionais. Também teriam negociado de forma exclusiva com operadoras de planos de saúde, impondo valores considerados abusivos e eliminando a livre concorrência.
Durante a operação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão contra os principais envolvidos. Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro.