Qual é a igreja e bispo alvos da PF por esquema de prefeito tiktoker

A operação Copia e Cola da Polícia Federal (PF), que apura desvios na área da saúde na cidade de Sorocaba, investiga transações de uma igreja ligada à pastora Simone Souza, cunhada de Rodrigo Manga (Republicanos), conhecido como prefeito “Tiktoker”.

A operação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (10).

Segundo apurou a coluna, são investigadas movimentações suspeitas envolvendo a igreja ligada a Simone Souza e seu marido, o pastor Josivaldo Souza.

Os dois se identificam como bispos e atuam no Templo da Glória e Renovo de Deus.

A PF encontrou cerca de R$863 mil em espécie em um endereço ligado aos religiosos.

O dinheiro foi encontrado dentro de caixas em um carro que estava em um dos endereços de busca da PF.

Dinheiro em espécie encontrado durante operação da Polícia Federal em Sorocaba (SP)

O canal no YouTube da igreja tem cerca de 2.500 inscritos e 355 vídeos do pastor e de suas pregações.

O site do templo divulga um projeto chamado Cruzada de Milagres em que o casal afirma que vai “percorrer várias cidades pelo Brasil e pelo mundo reunindo pessoas e orando por elas”.

“Eles irão clamar pela intercessão do Deus de Abraão, Isaque e Jacó para aqueles que se entregarem e quiserem ajuda, fazendo de tudo para se juntar ao Bispo e à Pastora nesta missão. Será a pregação da palavra vinda do trono de Deus, profetizando a benção à vitória em suas vidas”, diz o anúncio no site.

Em seguida, há um botão para que fiéis façam suas doações online de forma “rápida e segura”.

De acordo com o site, o Templo possui dois endereços em Sâo Paulo.

O bispo Josivaldo e a pastora Simone utilizam suas redes para disseminar vídeos com orações e pregações.

A pastora tem seu próprio canal no YouTube, com cerca de 5 mil seguidores,

O bispo é apresentado no site como pernambucano, que passou a infância no bairro de Sucupira, Recife.

A aceitação de “Jesus como seu Senhor e Salvador”, diz a página, foi quando prestou serviço militar, aos 18 anos. O casamento com a cunhada do prefeito Manga foi em março de 2000.

Ao pastor são creditadas “dezenas de livros” “um CD com mais de 850 mil cópias vendidas”.

A operação Copia e Cola foi deflagrada com o objetivo de desarticular organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos destinados à saúde.

A investigação começou em 2022, após suspeitas de fraude na contratação de uma Organização Social (OS) para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde no município.

A organização sob suspeita é o Instituto de Atenção à Saúde e Educação (Iase), cuja contratação emergencial, sem licitação, foi firmada em 2021 para gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro Éden.

A apuração avançou depois de quebras de sigilo bancário e fiscal de investigados, apontando para indícios de envolvimento do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, além de secretários municipais.

Além disso, a PF também identificou suposto pagamento de propina por meio de transações imobiliárias e depósitos em espécie a operadores financeiros.

Outra suspeita da PF, é justamente, sobre as transações envolvendo a igreja da pastora Simone e do bispo Josivaldo.

Policial federal - Metrópoles

Defesa

A coluna procurou Josivaldo e Simone, mas ainda não houve resposta. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Em nota enviada ao Metrópoles, Rodrigo Manga também afirmou que  “está havendo plena colaboração com as autoridades” envolvidas na operação desta quinta-feira, “para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos, o mais brevemente possível”.

“Vale destacar que a operação acontece em um momento de grande projeção da cidade e do nome do prefeito Rodrigo Manga no cenário nacional”, diz a nota. “Não é a primeira vez na história que vemos ‘forças ocultas’ se levantarem contra representantes que se projetam como uma alternativa ao sistema e dão voz ao povo.”

Em outra nota, a defesa de Manga afirma que não há elementos que relacionem o prefeito a atos ilícitos e diz que a PF “tenta proceder a ilegal ‘pesca probatória’ para investigar a pessoa, o que é vedado por nossa legislação. A defesa vê tal ato com enorme preocupação, justamente porque não se pode permitir que se faça uso político de nossa força policial, induzindo o Poder Judiciário em erro”.

Em vídeo publicado nas redes sociais depois da operação da PF, Manga ironizou a ação dos agentes dizendo que “acharam Nutella” e “bolo de cenoura” em sua casa durante os mandados de busca e apreensão cumpridos em sua casa.

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