Invasão ao WhatsApp sem clicar em nada: saiba o que é ataque ‘clique zero’

Seu WhatsApp pode estar sendo espionado sem você perceber. Essa é a realidade dos chamados ataques “clique zero”, uma ameaça avançada que dispensa qualquer ação do usuário para infectar um aparelho. Sim, é exatamente isso: você não precisa clicar em nada, nem baixar arquivos suspeitos. Basta receber uma mensagem para que a invasão comece.

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O tema foi discutido em entrevista ao Podcast Canaltech com Paulo Trindade, Gerente de Inteligência de Ameaças da ISH Tecnologia, que explicou como esse tipo de ameaça funciona, como se proteger e por que todos nós devemos ficar atentos.

🎧 Ouça agora o episódio completo e saiba como se proteger das ameaças.

O que é um ataque “clique zero”?

Ataques “clique zero” são, nas palavras de Trindade, “tão sofisticados que parecem coisa de filme”. Eles exploram falhas de segurança em aplicativos de mensagens como WhatsApp e Telegram sem que o usuário interaja com nada.


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Imagine que você recebe uma simples imagem ou PDF em um grupo de mensagens. O próprio app, ao tentar processar esse arquivo, pode acionar um código malicioso escondido. A partir daí, o invasor ganha acesso ao aparelho, e pode coletar dados, escutar conversas e até controlar funções do celular, tudo isso sem que você perceba.

Como saber se meu celular foi infectado?

Infelizmente, os sinais são quase imperceptíveis. De acordo com Trindade, os malwares usados nesses ataques foram originalmente desenvolvidos para espionagem governamental, como o famoso Pegasus, e são criados para passar despercebidos.

“Talvez uma lentidão no aparelho ou uma falha momentânea, mas é muito difícil notar”, comenta o especialista.

Apesar da dificuldade em detectar um ataques, é possível reduzir os riscos com medidas simples:

  • Evite entrar em grupos desconhecidos ou clicar em arquivos enviados por contatos suspeitos;
  • Reinicie seu celular regularmente: muitos malwares desaparecem da memória com o reinício do dispositivo;
  • Mantenha o sistema e os aplicativos sempre atualizados: fabricantes costumam corrigir vulnerabilidades rapidamente;
  • Use autenticação em dois fatores: embora não bloqueie o “clique zero”, protege contra outros tipos de ataques;

E-mail, redes sociais e apps bancários também estão na mira. Embora os mensageiros sejam os principais alvos hoje, essa técnica pode ser adaptada para outros tipos de aplicativos, como e-mails, redes sociais e até apps de banco. O objetivo inicial é espionagem, mas pode evoluir para roubo de credenciais ou sequestro de dados.

Ataques vão ficar mais comuns?

“Infelizmente, sim”, afirma Trindade. O especialista alerta que os cibercriminosos estão cada vez mais rápidos em explorar novas brechas. “Manter a desconfiança é essencial. Desconfie de mensagens urgentes, promoções inacreditáveis e grupos nos quais você não solicitou entrada.

Além disso, Trindade recomenda que o usuário se informe e converse com pessoas da área de tecnologia. “O conhecimento é uma das melhores formas de defesa.”

Um caso recente citado por Trindade envolveu mais de 90 jornalistas e pessoas com acesso a informações privilegiadas que foram alvos de ataques silenciosos via WhatsApp. A própria Meta confirmou a ocorrência. O caso acendeu o alerta para o uso de ferramentas espiãs por empresas e governos e mostrou que qualquer pessoa pode ser alvo.

A entrevista completa com Paulo Trindade está disponível no Podcast Canaltech e traz ainda mais insights sobre os bastidores desses ataques invisíveis. Ouça agora e compartilhe com quem você quer proteger.

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