Sistema de relacionamento eficaz pode reduzir turnover

Quase 8,5 milhões de trabalhadores pediram demissão em 2024. O número, revelado por um levantamento da LCA Consultoria Econômica com dados do Ministério do Trabalho e repercutido pelo portal InfoMoney, é um recorde histórico no país.

Anteriormente, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) já havia divulgado outro recorde: a taxa de demissões – proporção de demissões voluntárias em relação ao total de demissões voluntárias – em setembro de 2024 alcançou 38,5%. O acumulado de pedidos de demissões voluntárias, de janeiro a setembro de 2024, chegou a 6,5 milhões e representa um crescimento de 16,1% em relação ao acumulado do mesmo período de 2023.

Em relação a 2022, o aumento é ainda mais expressivo, 22,8%. A análise do IBRE afirma que os números da série mostram uma tendência de alta nas demissões voluntárias, como resultado de uma busca crescente dos trabalhadores por melhores oportunidades de trabalho.

Guilherme Reitz, CEO da Yungas, empresa de soluções para comunicação e gestão de grandes redes de franquias, observa que os recordes históricos refletem uma mudança estrutural no mercado de trabalho. “Esse movimento indica que os profissionais estão cada vez mais seletivos e atentos às condições de trabalho, buscando empresas que ofereçam não apenas salários competitivos, mas também propósito, desenvolvimento de carreira e qualidade de vida”.

Para o empresário, a cultura organizacional e os valores da marca influenciam na permanência dos colaboradores. “Uma cultura organizacional sólida e valores bem definidos criam um ambiente de trabalho positivo, onde os colaboradores se sentem valorizados e conectados à missão da empresa. Essa identificação fortalece o compromisso e a lealdade, reduzindo a intenção de buscar oportunidades externas”.

De acordo com Reitz, é por isso que o processo de recrutamento e seleção deve ser conduzido de forma estratégica, como ferramenta para reduzir o turnover, indicador que mede a rotatividade de funcionários de uma empresa em um determinado período de tempo.

“Um processo seletivo eficaz identifica candidatos cujos valores e expectativas alinham-se à cultura e aos objetivos da empresa. Essa compatibilidade inicial diminui a probabilidade de insatisfação futura, contribuindo para uma maior retenção e engajamento dos colaboradores”, instrui Reitz.

O empresário reforça que a retenção de talentos passa por um conjunto de fatores, para além dos processos de recrutamento mais assertivos. Um ambiente de trabalho saudável, oportunidades claras de crescimento e um propósito bem definido também entram na equação. “Os profissionais querem sentir que fazem parte de algo maior e que estão construindo uma carreira com significado. Quem entender e aplicar essa lógica sairá na frente”.

Impactos da redução de turnover no crescimento de redes de franquia

O CEO da Yungas destaca que um alto volume de demissões voluntárias também aumenta os custos operacionais. “Quando um colaborador sai, a empresa ou franquia perde tempo e dinheiro com novos treinamentos, além de ter que lidar com o impacto na cultura da equipe”.

A consultoria de gestão empresarial e de pessoas Falconi divulgou dados de um estudo de caso em que foi alcançada uma redução de cerca 30% do turnover voluntário em seis meses, com uma projeção da redução de custo anual de R$ 11,3 milhões.

O resultado foi obtido a partir de uma solução de people analytics que gerou um modelo de revisão da jornada do colaborador e suporte aos processos de gestão de pessoas, desde a estrutura de Recursos Humanos até as práticas dos líderes.

“Investir na retenção de talentos é essencial para o sucesso de qualquer rede de franquias. É fundamental implementar práticas que valorizem os colaboradores, reconhecendo que eles são fundamentais para uma trajetória de sucesso”, declara Reitz.

Conforme aponta o empresário, a retenção de funcionários resulta no aumento da produtividade operacional. “Colaboradores com maior tempo de casa possuem conhecimento acumulado e habilidades aprimoradas, resultando em maior eficiência e produtividade”.

Reitz afirma que a retenção reduz o tempo e os recursos gastos em recrutamento e treinamento de novos funcionários, permitindo que a equipe se concentre em atividades estratégicas e operacionais. Além disso, o empresário fala sobre como o turnover elevado compromete a padronização do atendimento e da experiência do cliente no contexto das franquias.

“A alta rotatividade dificulta a manutenção de padrões uniformes, já que novos funcionários necessitam de tempo para se adaptar aos processos estabelecidos. Reduzir o turnover assegura que colaboradores experientes mantenham a padronização, garantindo uma experiência consistente ao cliente em todas as unidades da franquia”, aponta o CEO.

Para o empresário, a retenção de funcionários pode melhorar o nível de engajamento e satisfação dos clientes. “Funcionários que permanecem na empresa por mais tempo desenvolvem um entendimento profundo dos produtos, serviços e cultura organizacional. Essa familiaridade permite um atendimento mais personalizado e eficiente, elevando a satisfação dos clientes”.

Segundo Reitz, no modelo de franquias a consistência é fundamental para a identidade da marca. “Além de melhorar a experiência do cliente e a produtividade, uma equipe engajada e estável fortalece a reputação da marca e contribui para um crescimento sustentável”.

Além disso, o empresário ressalta que um turnover controlado melhora a comunicação interna e o alinhamento entre franqueados e franqueadores. “Com uma equipe estável, a comunicação interna torna-se mais fluida e eficaz. A continuidade dos colaboradores facilita o alinhamento de estratégias e objetivos entre franqueados e franqueadores, promovendo uma colaboração mais harmoniosa e eficiente”.

Para mais informações, basta acessar: yungas.com.br/

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