Assim como ocorreu no mercado asiático nesta terça-feira (15/4), os principais índices das bolsas de valores da Europa fecharam em alta, ampliando os ganhos da véspera.
O desempenho das ações europeias refletiu o maior otimismo dos investidores com a possibilidade de que os Estados Unidos isentem montadoras das tarifas comerciais impostas pelo governo de Donald Trump.
No dia anterior, o presidente norte-americano admitiu que pode determinar isenções tarifárias às empresas do setor automobilístico.
O que aconteceu
- Ao fim do pregão, o índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias listadas em bolsas, avançou 1,63%, aos 508,06 pontos.
- Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 subiu 1,41%, aos 8,2 mil pontos.
- Em Paris, o CAC 40 registrou alta de 0,86%, aos 7,3 mil pontos.
- O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou com ganhos de 1,43%, aos 21,2 mil pontos.
- Em Madri, o Ibex 35 apresentou a maior alta: 2,14%, aos 12,8 mil pontos.
- O setor automotivo encerrou o dia com ganhos de 2,1%, com destaque para Stellantis (5,82%), BMW (2,04%), Volkswagen (2,04%), Mercedes-Benz (1,73%) e Renault (1,53%).
Trump negou recuo em tarifas de eletrônicos
No fim de semana, Donald Trump negou que tenha recuado em sua política tarifária ao isentar produtos eletrônicos de taxas que haviam sido anunciadas anteriormente pela Casa Branca.
Em mensagem publicada em sua rede social, a Truth Social, Trump afirmou que “não houve exceção” no tarifaço promovido por seu governo, mas apenas uma mudança de determinados produtos para um “balde tarifário diferente”.
“Ninguém está sendo liberado dos desequilíbrios comerciais injustos e das barreiras tarifárias não monetárias que outros países têm usado contra nós, especialmente a China, que, de longe, nos trata pior! Não houve exceção tarifária anunciada na sexta-feira”, escreveu Trump.
“Esses produtos estão sujeitos às tarifas de 20% sobre o fentanil existentes e estão apenas mudando para um ‘balde’ tarifário diferente. A mídia falsa sabe disso, mas se recusa a relatar”, prosseguiu o presidente dos EUA.
“Estamos analisando semicondutores e toda a cadeia de suprimentos de eletrônicos nas próximas investigações de tarifas de segurança nacional. O que foi exposto é que precisamos fabricar produtos nos EUA e que não seremos reféns de outros países, especialmente nações comerciais hostis como a China, que fará tudo ao seu alcance para desrespeitar o povo americano”, anotou Trump.
Na mensagem publicada pelo presidente norte-americano, ele afirma que os dias de abusos comerciais supostamente praticados por outros países contra os EUA “acabaram”.
Na última sexta-feira (11/4), a Casa Branca informou que smartphones, computadores, chips e outros eletrônicos ficarão isentos das tarifas comerciais – de 145% sobre os produtos importados da China e 10% aos demais países.
A lista de exceções ao “tarifaço” foi publicada pela US Customs and Border Protection, a alfândega dos EUA.
Além dos celulares, ficam isentos das tarifas laptops, discos rígidos, processadores de computador e chips de memória. Em geral, esses itens não são fabricados nos EUA.
Ainda na lista de produtos excluídos da aplicação das tarifas, aparecem máquinas utilizadas para a fabricação de semicondutores.
A medida do governo Trump, interpretada como um novo recuo do presidente dos EUA na guerra comercial, beneficiará gigantes do setor de tecnologia, como Nvidia, Dell e Apple – que fabrica iPhones e outros produtos na China.