Páscoa: é tempo de colher os frutos

Bendito seja Deus por este tempo que se inicia, o Tempo da Páscoa. Após o percurso quaresmal, é tempo de viver as alegrias da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, nos permitir sermos tomados pela gratidão, pois é tempo de colher os frutos da Quaresma. Sim, colher os frutos desse grande retiro espiritual que vivemos: tempo de renúncia, penitência, de refletirmos como estamos em nossa caminhada, como nos relacionamos com Deus e com o próximo.

No Quarto Domingo da Quaresma, o Domingo Laetere, refletíamos sobre a alegria de saber que, mesmo no caminho do erro, o Senhor sempre nos concede uma nova oportunidade de voltar. A alegria do filho que tem a certeza de que seu Pai não o negará, independente daquilo que fez ou deixou de fazer.

Neste caminho, ao nos depararmos conosco e com nossas fragilidades, somos tentados a desistir, porque nos frustramos. Traçamos metas para viver o caminho quaresmal, porém, tomamos consciência de que somos fracos para atingirmos nossos objetivos. O próprio filho da parábola caiu em si, e aqui está uma chave muito importante no nosso processo de conversão. A atitude de “cair em si” nos faz assumir quem somos, nossa verdade,  incapacidade e inconstância. Com isso, podemos tomar aquilo que tivemos como lição no Quinto Domingo da Quaresma, na Primeira Leitura de Isaías: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis?” (Is 43, 18-19)

O empenho do inimigo é vencer a cada um de nós pelo cansaço. Tenta nos convencer de que não somos capazes e que de nada adianta o quanto percorremos, pois nos deparamos com os tropeços do caminho. Porém, nesse mesmo Quinto Domingo da Quaresma, São Paulo nos confortou e estimulou a prosseguir: “Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente. Corro direto para a meta, rumo ao prêmio que, do alto, Deus me chama a receber em Cristo Jesus” (Fl 3, 13b-14). Por isso, não paremos naquilo que não deu certo. Não percamos tempo com o que não foi possível, mas sim, enchamos nosso coração de alegria e esperança por esse novo tempo que se abre diante de nós, mesmo se chegamos aqui do modo que não esperávamos.

Recordamos também o Evangelho do Terceiro Domingo da Quaresma, quando, no final da parábola da figueira, o evangelista Lucas conclui da seguinte forma: “Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha dar fruto. Se não der, então tu a cortarás” (Lc 13, 8-9). Esta foi a palavra do vinhateiro para o dono da vinha, quando não conseguia colher frutos da figueira estéril. O Senhor tem paciência conosco!

Não percamos tempo com aquilo que projetamos para viver nos quarenta dias, pois agora passou. Sim, tudo é louvável: os propósitos, o empenho, tudo o que vivemos nesta peregrinação no deserto, como o povo de Deus no Antigo Testamento.

Além da lembrança de alguns Domingos atrás, daquilo que a Liturgia nos propôs como reflexão, é preciso focar no que agora devemos ofertar ao Senhor. O que importa é daqui para frente, como São Paulo nos trouxe anteriormente. Neste momento de alegria, diante do Senhor, quais os frutos que posso oferecer do meu percurso quaresmal? É momento de voltar o nosso olhar, com gratidão, para tudo o que vivemos na Quaresma, e oferecer a Deus os nossos “cestos” com os melhores frutos que podemos colher da figueira que somos nós.

Como anteriormente destacado, o inimigo de Deus quer que paremos nos planos e projetos que não conseguimos alcançar. Não deixemos que isso aconteça. Seguramente, temos bons frutos para ofertar ao Senhor! Mesmo que, aparentemente, poucos, são os frutos do nosso empenho, das nossas renúncias, sobretudo, do nosso amor pelo Senhor. Nosso amor imperfeito, limitado, mas que reflete a nossa entrega e esforço em sermos melhores, para Deus e para o próximo.

Agora, deixemos de lado o medo, a insegurança, a tristeza, as lamúrias, e nos lancemos nos braços de Nosso Senhor Jesus Cristo, com toda a alegria do nosso coração. Rendamos graças ao Senhor, porque o pecado e a morte não têm a última palavra. Que sejamos tomados pela certeza de que vivemos a Quaresma com o profundo desejo de conversão. Frente aos desafios, podemos, com gratidão, ofertar nossos bons frutos e continuar nossa peregrinação terrestre com esperança. Cristo ressuscitou! Aleluia, aleluia!

Uma santa e feliz Páscoa para você e sua família!

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