A União dos Profissionais de Inteligência de Estado (Intelegis) da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se manifestou sobre o inquérito da Polícia Federal que apura suposta existência de uma estrutura de espionagem ilegal no órgão durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que ficou conhecida como “Abin Paralela”.
Em nota, a Intelegis expôs seu repúdio e profunda consternação com a “sequência recente de vazamentos de informações sigilosas oriundas de inquérito conduzido pela Polícia Federal”.
“Tais vazamentos, além de afrontarem a legislação vigente sobre o tratamento de dados sensíveis, têm causado prejuízos concretos às relações internacionais do Brasil e comprometido questões de Estado que, por sua natureza, possuem grau de sigilo próprio”, diz a Intelegis.
Os profissionais da Abin entendem que temas de alta sensibilidade e de interesse estratégico nacional devem ser tratados com devido zelo e discrição. A nota lembra que a PF deve atuar apenas em casos no qual há indícios de prática de crimes e, em todo caso, deve-se observar o sigilo do caso.
“A Intelis condena com veemência a disseminação de narrativa antirrepublicana que contesta as competências e prerrogativas da Abin. A Inteligência policial não se confunde, em nenhuma medida, com a Inteligência de Estado. Ambas, imprescindíveis para o Estado Democrático de Direito, devem colaborar para a concretização dos interesses nacionais e certamente cumprirão de forma mais efetiva o seu múnus institucional em um ambiente de mútuo respeito e cooperação”.
Diretor da PF e ex-número depõe à PF
O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, e o ex-número 2 da agência, Alessandro Moretti, vão depor na Polícia Federal (PF) na tarde desta quinta-feira (17/4), em inquérito sobre a suposta existência de uma estrutura de espionagem ilegal no órgão durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que ficou conhecida como “Abin Paralela”.
A intimação da PF para as oitivas de Moretti e Corrêa foi antecipada pela coluna Fabio Serapião, do Metrópoles. Tanto Morretti como Corrêa são suspeitos de atrapalhar investigações policiais. Eles também serão questionados pela PF sobre a operação de espionagem contra autoridades paraguaias no contexto das negociações sobre Itaipu.