A defesa de Vitório Campos da Silva, apontado como um dos manifestantes que participaram da invasão e depredação do gabinete da primeira-dama Janja da Silva, em 8 de janeiro, nega ter fugido. O advogado do “patriota”, Newton Rubens, afirmou que ele não violou as regras do monitoramento eletrônico e que compareceu, no dia 3 de abril, à Comarca de Marabá (PA) para cumprir as exigências previstas nas medidas cautelares.
O ministro Alexandre de Moraes havia sido informado de que o dentista teria violado o monitoramento eletrônico. Segundo a defesa, o equipamento apresentou falhas pontuais de sinal nos dias 19 e 23 de março e 7 de abril, atribuídas à instabilidade da conexão de internet na área rural onde ele reside.
Apesar de o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME), vinculado à Secretaria de Administração Penitenciária do Pará, ter informado ao STF uma possível violação das condições de monitoramento, o próprio órgão reconheceu posteriormente que não houve descumprimento das medidas cautelares.
“O dispositivo instalado no monitorado Vitório Campos da Silva — INFOPEN nº 394308 — não apresenta eventos de violação do monitoramento eletrônico, tampouco qualquer irregularidade neste Núcleo de Monitoramento, no período compreendido entre 24/03/2025 e 31/03/2025”, escreveu Priscila do Nascimento Viana, diretora do CIME.
Natural de Conceição das Alagoas (MG), Vitório Campos da Silva, de 73 anos, foi preso em maio de 2023 pela PF (Polícia Federal). Em novembro do mesmo ano, o ministro Alexandre de Moraes (STF) concedeu liberdade provisória a ele.
“Informo que o senhor Vitório compareceu à Vara de Execuções Penais nesta semana, como faz regularmente às segundas-feiras. Portanto, não pode ser considerado foragido. Para que essa condição se configurasse, seria necessária a expedição de uma ordem de prisão com recolhimento em regime fechado, seguida do não cumprimento por parte dele — seja pela recusa em se apresentar, seja por não ter sido localizado”, declarou Newton Rubens, advogado do dentista “patriota”.