Os Houthis, grupo paramilitar do Iêmen apoiado pelo Irã, foram atacados por forças dos Estados Unidos nessa quinta-feira (17/4). Segundo o governo americano, o alvo era uma fonte de financiamento das ações dos rebeldes, que controlam grande parte do país, incluindo a capital, Sanaa. Morreram 84 pessoas no ataque.
As forças norte-americanas atacaram e destruíram o porto estratégico de escoamento de pretróleo de Ras Isa, no norte de Hodeidah, no Iêmen.
Fundado na década de 1990, o grupo Houthis se tornou alvo dos EUA após ataques a navios que passavam pelo Mar Vermelho, em novembro de 2023, o que levou à interrupção do tráfego marítimo internacional.
Imagens transmitidas na sexta-feira pelo canal de TV Al-Masirah e anunciadas como as “primeiras imagens da agressão dos EUA” mostram a explosão no porto e nuvens de fumaça.
Segundo o Comando Militar dos EUA no Oriente Médio, “o objetivo era atacar as fontes econômicas do poder Houthi”.
No primeiro mandato de Donald Trump, os Houthis passaram a ser classificados como grupo terrorista. Essa avaliação foi retirada pelo presidente Joe Biden, em 2021. Contudo, após o aumento nas ações armadas dos rebeldes no Mar Vermelho, a administração Biden voltou a designá-los como terroristas, em janeiro de 2024.
Grupo político
Inicialmente fundado como grupo político, o nome da organização vem de Hussein Badr Eddin al-Houthi, que liderou a primeira revolta dos Houthis contra o então governo do Iêmen, no início dos anos 2000.
No início da década de 2010, os Houthis passaram a apoiar as manifestações contra o então presidente, Ali Abdullah Saleh, durante a Primavera Árabe. O político, que governou o Iêmen entre 1990 e 2012, não resistiu à pressão popular e deixou o cargo.
Com a queda do presidente que governou o Iêmen por mais de duas décadas, o país entrou em uma espiral de instabilidade e insegurança que abriu caminho para o início de uma nova investida dos Houthis em 2014.
O Iêmen está em guerra civil há cerca de nove anos.