Lula inspira Humala a recusar asilo

O ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, condenado por lavagem de dinheiro, optou por não solicitar asilo diplomático ao Brasil, seguindo o exemplo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Humala decidiu permanecer preso para tentar provar sua inocência, mesmo diante da condenação judicial.

A informação foi revelada por Marco Aurélio de Carvalho, advogado da ex-primeira-dama Nadine Heredia, que recebeu asilo diplomático do governo brasileiro e chegou ao país na quarta-feira (16) em aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

Nadine Heredia recebe asilo e desembarca no Brasil

Assim como o marido, Nadine Heredia foi condenada a 15 anos de prisão. A Justiça do Peru a acusa de receber recursos ilegais da construtora Odebrecht e do governo da Venezuela para financiar as campanhas presidenciais de 2006 e 2011.

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, que coordena o grupo Prerrogativas, afirma que Heredia sofre perseguição política. “A acusação não tem base em provas, apenas na palavra de um delator que está sendo contestado no próprio Peru”, disse.

Decisão de Humala segue caminho de Lula

Ollanta Humala teria manifestado a seu advogado o desejo de provar sua inocência mesmo preso. A inspiração veio da decisão do presidente Lula, que também permaneceu preso para enfrentar acusações na Lava Jato, antes de ser absolvido.

Humala descartou a possibilidade de pedir refúgio ao Brasil, ainda que sua esposa tenha recebido abrigo diplomático.

Oposição critica governo Lula por conceder asilo

A concessão do asilo à ex-primeira-dama gerou forte reação de opositores do governo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou a decisão em suas redes sociais. “Asilo para condenada por corrupção na Lava Jato. Uso de avião da FAB por quem lavou e desviou dinheiro”, afirmou.

Apesar da crítica, a concessão do asilo segue as regras da Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, embora o texto impeça abrigar pessoas condenadas por crimes comuns.

Heredia pede refúgio para permanecer legalmente no país

Além do asilo, Heredia protocolou um pedido de refúgio na Polícia Federal, buscando regularizar sua situação e a do filho de 15 anos no Brasil. A medida inclui acesso à matrícula escolar e documentos civis.

Segundo o Ministério da Justiça, pedidos de refúgio costumam demorar até três anos para análise. Em 2024, o Brasil recebeu mais de 68 mil solicitações, conforme dados do Observatório das Migrações Internacionais (ObMigra).

Saída rápida contou com salvo-conduto da presidente do Peru

A autorização de saída de Heredia foi possível graças ao salvo-conduto concedido pela presidente Dina Boluarte. O documento foi emitido poucas horas após o pedido do governo brasileiro.

Esse tipo de autorização não é comum. Em casos anteriores, como o do senador boliviano Roger Pinto, a ausência de salvo-conduto obrigou o político a permanecer 453 dias na embaixada brasileira antes de fugir do país.

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