Polícia diz que ações da Ducoco foram compradas com dinheiro ilícito

São Paulo – Com base em informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Polícia Civil paulista suspeita que o banqueiro Nelson Nogueira Pinheiro, ex-sócio do Banco Pine e alvo de investigação pela atuação no banco panamenho FPB Bank, tenha usado recursos de origem ilícita para comprar ações da Ducoco, empresa que vende água de coco em caixinha.

As informações dizem que Nelson Pinheiro pretendia enviar cerca de R$ 10 milhões à Tuxuti Internacional Inc., situada nas Ilhas Cayman. O montante seria usado para o pagamento da compra de ações das empresas Ducoco Alimentos S/A e Brickell Participações S/A, que controlavam o FPB Bank.

De acordo com os documentos do Coaf, os contratos de compra e venda das ações das duas empresas são datados de 3 de dezembro de 2012. A compra das ações da Brickell custaria R$ 7,4 milhões e as ações da Ducoco teriam sido pactuadas no valor de R$ 2,9 milhões.

Na manhã desta terça-feira (23/4), a Polícia Civil cumpriu dez mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos irmãos Nelson Nogueira Pinheiro, Noberto Nogueira Pinheiro e Francisco Jaime Nogueira Pinheiro Filho. A Justiça de São Paulo autorizou o bloqueio de até R$ 469 milhões em bens móveis e imóveis, além de participações societárias de 16 pessoas e 19 empresas.

A investigação partiu de denúncias de dois clientes do FPB Bank que tiveram prejuízo de R$ 78 milhões. Para não pagar os credores, os banqueiros teriam desenvolvido uma complexa rede de ocultação de bens.

Entre as operações suspeitas, há a venda de uma mansão de luxo em São Paulo, localizada na mesma rua em que foram cumpridas duas ações de busca e apreensão nesta terça-feira.

Em nota ao Metrópoles, a defesa dos irmãos Pinheiro nega qualquer prática ilícita nos negócios da família.

“Desde 2005, quando Nelson Pinheiro encerrou sua participação como sócio minoritário do Banco Pine, a instituição não mantém qualquer vínculo com o empresário ou com suas atividades. A menção de Noberto Pinheiro na operação ocorre pela participação minoritária em uma holding patrimonial familiar constituída pela matriarca da família para fins de planejamento sucessório, da qual Nelson faz parte juntamente aos demais herdeiros. Noberto Pinheiro permanece à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos necessários.”

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