A empresária e influenciadora Val Marchiori obteve uma importante vitória judicial: ela conseguiu o efeito suspensivo com relação ao leilão do seu carro. A decisão foi proferida pela 16ª Câmara de Direito Privado, que entendeu que há indícios de irregularidades no procedimento do leilão debruçado na Porsche da loira.
O grande problema estaria na observância de um prazo mínimo previsto por lei para a publicação do edital do leilão.
Link removido após o leilão gerou dúvidas sobre a legalidade
Segundo os autos, a defesa de Val argumentou que a publicação no site do leiloeiro ocorreu fora do prazo devido. O desrespeito ao prazo acarretaria um problema grave para o procedimento que alcança o veículo de luxo de Val.
Ela apontou que o link com o edital foi removido logo após o encerramento do leilão, impossibilitando a verificação pública posterior.
Essa ação, segundo sua defesa, viola um dispositivo do Código de Processo Civil e uma resolução específica sobre a matéria.
Ainda de acordo com o processo, os documentos apresentados demonstram que os meios digitais utilizados comprovam a ausência de publicidade adequada do edital do leilão.
Juiz identificou elementos para suspender os efeitos do leilão
A relatora do recurso acolheu os fundamentos da agravante e destacou que, diante da alegada inobservância do prazo de cinco dias entre a publicação do edital e o leilão, seria prudente conceder o efeito suspensivo. A decisão determina que, até o julgamento final do recurso, a carta de arrematação que torna o leilão definitivo não pode ser expedida.
O trecho final da decisão afirma: “Concedo efeito suspensivo ao presente agravo de instrumento, tão somente para obstar a expedição da carta de arrematação, até o julgamento definitivo do recurso”.
Defesa pede anulação do leilão
A defesa de Val também pleiteia a anulação completa da arrematação. Entre os argumentos, estão a suposta ausência de intimação da executada, a devolução dos valores pagos pelo arrematante e a ocorrência de erro material no edital.
Repercussão e expectativa
A empresária ainda não se manifestou publicamente em suas redes sociais sobre a nova decisão. No entanto, a expectativa é de que o caso gere debates sobre a transparência nos processos de leilão e a importância do cumprimento rigoroso das normas legais.
Entenda o contexto por trás do leilão do carro de Val Marchiori
A disputa judicial envolvendo Val Marchiori e o leilão de sua Porsche Cayenne começou após uma dívida milionária da empresária com o Banco do Brasil. A informação foi revelada com exclusividade pela coluna Fábia Oliveira, que também apurou que, desde então, Val tem adotado diversas estratégias para tentar recuperar o veículo.
No dia 24 de março, a influenciadora apresentou à Justiça um recurso com o objetivo de anular o leilão. A defesa alegou o descumprimento de prazos legais e até mesmo erros de terminologia no edital. No entanto, em 7 de abril, o juiz responsável pelo caso negou o pedido e deu razão ao banco, mantendo a validade do leilão e afirmando que todos os prazos legais haviam sido respeitados.
Mesmo após essa decisão, o caso seguiu rendendo desdobramentos. No dia 9 de abril, o arrematante do veículo se manifestou no processo, mas se deparou com uma nova dor de cabeça: a Porsche estava com dois bloqueios judiciais vinculados a outras ações em nome de Val Marchiori.
Em 10 de abril, o juiz da 16ª Vara Cível de São Paulo acatou o pedido do arrematante e autorizou a derrubada dos bloqueios, regularizando a situação do veículo. Apesar disso, o valor arrecadado com o leilão não foi suficiente para quitar totalmente a dívida de Val, e há a possibilidade de novos bens serem bloqueados futuramente.
Com a decisão recente, após novo recurso da loira, que suspende temporariamente a carta de arrematação — por conta das possíveis irregularidades no edital —, o caso volta a ganhar fôlego, reacendendo o debate sobre a legalidade e a transparência dos processos de leilão judicial.