Uma operação foi deflagrada nesta quinta-feira (24/4) para desmontar um sofisticado esquema de estelionato eletrônico que causou um prejuízo estimado em R$ 55 milhões. A ação, batizada de Operação Bogus, é coordenada pela Polícia Civil de Mato Grosso, com apoio da Polícia Civil de Goiás.
Ao todo, foram cumpridos 40 mandados judiciais — sendo 18 de prisão temporária e 18 de busca e apreensão — nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, além de ordens de bloqueio de bens e quebras de sigilo bancário dos investigados. As medidas foram expedidas pela Vara de Garantias do Tribunal de Justiça de Goiás.
O alvo da operação é um grupo criminoso suspeito de atuar em diversos estados brasileiros com um modelo de golpe conhecido como “falso intermediário”, no qual o estelionatário simula a mediação entre comprador e vendedor em plataformas online, como a OLX. Após conquistar a confiança da vítima, o golpista recebe o valor do negócio e desaparece em seguida.
A investigação teve início após uma vítima procurar a Polícia Civil de Goiás, relatando que havia transferido R$ 190 mil para a compra de um imóvel anunciado em um site de vendas. A conta bancária utilizada no golpe foi encerrada logo após a transação, dificultando o rastreamento dos valores, que foram rapidamente pulverizados entre outras contas ligadas à organização criminosa.
Durante os levantamentos, os investigadores identificaram um esquema altamente estruturado, com múltiplos cadastros falsos, aparelhos eletrônicos e chips de celular usados para ocultar a identidade dos envolvidos e evitar o rastreio das movimentações financeiras. O grupo também utilizava cartões bancários em nome de terceiros e mantinha registros detalhados das fraudes cometidas.
Além das prisões, a operação teve como foco a apreensão de provas materiais, como celulares, computadores, dinheiro em espécie, anotações sobre os golpes e dispositivos de armazenamento digital. Todo o material será analisado para aprofundar as investigações e identificar outros integrantes do esquema.
A Operação Bogus é coordenada pela Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá, com apoio de unidades da Diretoria Metropolitana da Polícia Civil de Mato Grosso.
